dimanche 28 septembre 2008

Eu me expresso por meio de palavras
Tento me descobrir refletindo a minha mente
Liberto as falas, antes caladas
E demonstro que o receio é melhor ausente

Esse lugar guarda histórias
Esse tempo presencia mudanças
As vezes o que me resta é a memória
As vezes o que sobra são as intermináveis andanças
Quero me desligar do mundo. Preciso me livrar desse vício que é viver. Antes era vontade, agora se tornou necessidade abolir tudo o que não me consome. Porque eu preciso ser tragada, quero que o mundo inspire o meu ser. Alguma coisa eu hei de poder mudar, algum acontecimento eu sou capaz de dirigir. Cansei de não transparecer meus sentimentos, cansei de pensar em hipóteses, cansei de aprisionar minhas idéias e ilusões. Vou libertá-las, vou permiti-las se conhecerem.
Vou autorizar que elas se machuquem. Para doer, para aprender, evoluir. Quem não se cansa é porque nunca chegou ao seu melhor, nunca exercitou seu limite. Quem não se cansa é porque nunca se explorou. Quem não se cansa são as crianças que possuem energias inesgotáveis para os prazeres. O nosso gozo – o gozo do amadurecido que ontem era criança – custa caro. O nosso gozo tem conseqüências drásticas. O nosso gozo, talvez não valha a pena. Quando o tamanho da capacidade é reduzido, a alma é pequena. Quando a última cena ocorrer, pensarão no passado, pensarão nos resquícios de sofrimento que antes haviam curado, mas a verdade não mente e não tem pena de si. A verdade não tem compaixão e é fria no seu veredicto. A verdade, talvez cruel, talvez sincera demais. A verdade, fatal, a verdade que salva momentos e que ao mesmo tempo destrói nações. O que compensa, quem somos nós para medir? O que precisamos fazer, porque tanto sentimos aqui? Porque a presença da angústia e da dor é sempre tão forte? Porque as pessoas temem a morte? Esse mundo que eu desprezo, é o mesmo que me instiga. Essas almas perdidas que eu tanto tenho dó, ora me refugio, ora me abro e me exponho para tamanho fingimento, para algo que no fundo, eu sei que não valerá a pena. Mesmo sabendo, eu costumo insistir. Não entendo meus desejos que tanto se contradizem. Não entendo meu espírito que ora finge que não existe. E me faz acreditar que tudo acabou, que não há porquê algum nisso que é denominado vida. A vida, as vezes apenas um vazio. E essa mesma vida, de repente se permite deixar os sentimentos ferverem dentro de si.