mardi 28 décembre 2010

[in]felicidade irônica prolongada

e agora?
tudo que eu sempre quis (desesperadamente) está em minhas mãos - o que eu faço com isso? eu ainda quero tudo isso? o pior não é a dor da urgência e o desejo pelo inalcançável, mas sim a ausência de metas, objetivos, certezas - e isso nunca me faltou. era feliz e não sabia.

"eu tive tudo sem saber quem era eu"

jeudi 14 octobre 2010

a gente se afoga, se estupra, se violenta, se cega, se define, se rotula, se ilude, se sufoca, se ama, se odeia, se teme, se maltrata, se esconde - ser humano implica necessariamente em sentir dor [inevitavelmente].

samedi 2 octobre 2010

27/06/10

Preciso reaprender a pôr pra fora escrevendo, porque meu choro já não me sustenta mais, não me satisfaz, não me acolhe como antes, nem os gritos, inquietações, angústias...O que fazer? No que pensar? A que recorrer? É quase um dogma essas perguntas que caminham o tempo todo do meu lado, e as respostas adaptam-se às circunstâncias, e eu sempre demorando para entendê-las e aceitá-las.


"Quando você ficar triste que seja por um dia, e não o ano inteiro"


mercredi 29 septembre 2010

quando o tempo vaporiza-se assim como a vida, onde estão os sonhos?

jeudi 26 août 2010

talvez por ser livre, não saiba sê-lo.
talvez por ter tudo, não saiba usufruí-lo.
talvez por possuir tudo que deseja, não o possua [não saiba].

talvez o ontem cause crises existenciais
e o amanhã um futuro demasiadamente incerto [como nunca foi antes]
o hoje trata-se de um intermediário que encarrega-se de não fazer do pretérito e do futuro um inferno.

ainda custa caro mergulhar nas manhãs viradas, nas madrugadas acesas, nas loucuras alcoólicas, nas dores sangrentas, nos amores fracassados, no não-vivido, no vivido de modo [in]satisfatório, nas insanidades tão inspiradoras e enérgicas que me possuíam? o perigo é não possuí-los.

jeudi 5 août 2010

quero coisas inimagináveis, momentos inexistentes, beijos impossíveis, sensações extintas...
quero sempre aquilo que não existe - decepção constante a minha.
só sei que nunca mais vou ser a mesma, nem as decepções. tudo varia violentamente.
a vida em si é violenta, corrói, massacra - ou não (eu que a faço de tal forma). mas serve pra aprender. se não tivesse feito metade das besteiras, cometido boa parte dos excessos, tido indigestão com alguns exageros [sentimentais], o que me moveria à evolução?
todas as dores de ontem servem pra hoje eu pelo menos ter alguma noção do que eu não sou, porque sobre o que eu sou ainda falta muita coisa pra entender. e se entender, e quando entender, eu já posso morrer em paz [não vai mais haver sentido em nada que eu faça].
não sei do que sou capaz, não prevejo minhas ações, não encontro racionalidade em muitas atitudes, e também desconheço as razões características dos sentimentos. desconheço a mim e pela primeira vez isso não me causa repulsa: é fascinante - e perigoso, mas sem os riscos, o que resta?

mercredi 7 juillet 2010

"O verdadeiro lugar do nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos."

dimanche 20 juin 2010

tanta coisa pra dizer, tanta coisa pra fazer, tanta coisa pra agir.
tanto pra pensar, repensar, despensar...mas cadê? - tanta ausência em mim.
tanta preguiça de continuar. tanta preguiça de viver. tanta dor pra doer. tanto pensamento solto. tanta idéia fugitiva. tanta vontade incompreendida.
ai, quanto sofrimento escoando...
melhor deixar o 'viver' pra depois, ainda tô no processo de aprender a conjugá-lo, depois cuido de exercê-lo [e o mais difícil é começar: o "eu" é o motivo de toda insatisfação e pranto, o "eu" é problemático - enquanto as outras pessoas do singular são simples, e nas do plural não sinto-me tão só].

samedi 29 mai 2010

3h22

O que move o mundo, as pessoas, as idéias, os fatos? O que move o fluir das coisas?
Tentativas sempre falhas que desaguam no fim, no finito. De que vale acreditar em doce ilusão? A ilusão impulsiona, estimula. De que adianta ser feliz? A felicidade é o melhor remédio. Que diferença faz o caminho escolhido? Toda diferença.
As diversas particularidades do "viver" são o que me instiga por vezes de forma enlouquecedora, excessiva. Todo mal é necessário, pois sem mal não há bem - e vice-versa. As dualidades se completam, as contradições se complementam [a expansão do ceticismo é válida...]. O pensamento ocidental soa como ultrapassado, como se eu estivesse cansada de manter a mesma linha do horizonte, a mesma base pra partir de qualquer pressuposto - as possibilidades multiplicam-se quando os antecedentes são modificados...Mania viciosa a de subdividir absolutamente tudo de forma tão racional, fria, incompreensiva! As complexidades existenciais são superiores a qualquer tipo de subdivisão estúpida e ineficaz sobre todas as áreas do comportamento humano.

vendredi 28 mai 2010

"Não sou um homem: sou uma dinamite. [...] ...quanto de verdade suporta? Quanto de verdade ousa um espírito? Isso se tornou para mim o autêntico medidor de valor. [...] A arte estimula a vida. [...] Bom é todo estilo que realmente comunica um estado interior... [...] ...isto é uma obra-prima sem nome, sem classe social, sem riqueza.
Fui também colocado na cruz."



F. Nietzsche

jeudi 27 mai 2010

Eu queria de verdade que tudo fosse diferente, mas isso custa um preço que talvez nem minha alma pague. Porque ser quem eu sou envolve muitos fatores além do simples fato de viver naturalmente e fazer as coisas de forma espontânea. Não só custa absurdamente caro, creio que não tenha preço. O sofrimento é mais inevitável quando me permito viver da forma que cabe aos meus "instintos", às minhas vontades...hoje tudo que é bom tem um gosto de trauma. As coisas que me lembram prazer, logo depois me remetem a traumas...e dói. Se eu não era problemática por completo, agora eu sou. E não vou crucificar culpados, porque só vivi o que busquei viver, por mais que tenho sido impossível para o meu eu não ter vivido aquilo que me era tão urgente. Era óbvio que no final eu estaria debilitada, depois de tantas lutas internas e externas, de tantas reivindicações ignoradas, de tantas revoltas incompreendidas, argumentos desprezados...minha ideologia faliu.
Agora eu sangro e não encontro refúgio para estancar o que arde para depois retomar as lutas onde só quem tem a perder sou eu - e o ciclo se [re]inicia. Existe violência pior que a mental, a psicológica?
Existe violência pior que a repressão? Morrer é tão mais confortável.

dimanche 2 mai 2010

"Beta, não espera, meu amor
O açúcar no fundo ressaca
Bebe logo de golada esse suco
[De carne azeda]
Não demora, não pare pra conversa fiada
Quem paga lá já foi, agora
Não há mais nem garçom
É de bom tom que agradeça
Ou aí dentro, ou cá, lá, fora
De qualquer cabeça
Não esqueça,
Não esqueça,
Não esqueça...

Que se a noite parece não ter fim
Tuas flores reproduzem no jardim
Dentro de uma redoma de vidro
E gelo seco...

Jasmim...
Teu cheiro inocula logo em mim
Uma vontade de viver mais um dia
Só mais um dia...
Só mais um dia...
Só mais um dia."

( D.C., 21-10-07)


o que eu posso dizer hoje?
saudade. puta saudade.
(L)

vendredi 30 avril 2010

A pergunta acerca da origem dos valores morais é, por isso, uma pergunta de primeira ordem para mim - porque ela condiciona o futuro da humanidade. A exigência de que a gente deva acreditar, de que no fundo tudo se encontra nas melhores mãos, de que um livro, a Bíblia, concede a tranquilização definitiva no que diz respeito à sabedoria divina na condução do destino da humanidade, é, retraduzida na realidade, a vontade de não deixar surgir a verdade sobre a lamentável antítese disso tudo, ou seja, o fato de que a humanidade até hoje esteve nas piores mãos, de que ela foi regida pelos malogrados, pelos vingativos-astutos, pelos assim chamados "santos", esses caluniadores do mundo e violadores do homem. O sinal decisivo no qual se revela que o sacerdote (-inclusive os sacerdotes mascarados, os filósofos-) tornou-se o senhor absoluto de tudo e não apenas de uma determinada comunidade religiosa, de que a moral da décadence, a vontade para o fim, vale como moral em si, é o valor incondicional atribuído em todo o lugar àquilo que é altruísta, e a hostilidade àquilo que é egoísta. Quem está em desacordo comigo acerca desse ponto, esse eu considero infectado...Mas o mundo inteiro está em desacordo comigo...[...] Mas o sacerdote quer justamente a degeneração do todo, da humanidade: por isso ele conserva o degenerado - e a esse preço ele a domina... Que sentido têm aqueles conceitos mentirosos, os conceitos auxiliares da moral, da "alma", do "espírito", do "livre-arbítrio", de "Deus", se não o de arruinar fisiologicamente a humanidade?...Quando se desvia a seriedade da autoconservação, da fortificação do corpo, quer dizer, da vida, quando se faz da anemia um ideal, quando se constrói "a salvação da alma" sobre o desprezo ao corpo, o que é isso se não uma receita para a décadence? - A perda do equilíbrio, a resistência contra os instintos naturais, em uma palavra, a "ausência-de-si" - tudo isso foi chamado de moral até agora...



(F. Nietzsche, Ecce Homo)

lundi 19 avril 2010

Oh I forget everything I learn

samedi 17 avril 2010

01h39

O que me faz feliz hoje? - eu me pergunto.

E pensar ao mesmo tempo em que há uma ausência de idealizações me soa como um “pensar limitado”. Mas idealização remete a um “anti-evolucionismo” porque traz consigo a idéia do futuro que nunca chegará, então todo o presente é anulado pelo pensamento enganoso de um suposto futuro sempre superior à condição atual.

Será possível pensar sem origens? Criar sem referências? Prosseguir sem antecedentes?

A sensação de felicidade talvez não exista sem aquele querer-mais, sem o gosto do implícito que virá amanhã ou depois...sem a noção de futuro – futuro esse pra sempre vai ser inalcançável.

Há uma necessidade de impossibilidades por tudo onde o ser individual transita, e é isso que move o mundo – caso contrário a perfeição reinaria e a evolução culminaria no avesso de si própria. O ciclo assim se fará. Ou não.

lundi 12 avril 2010

Dá-me paciência, ó Deus do tempo

vendredi 2 avril 2010

De que valem lágrimas escorridas
Onde a compreensão faz-se ausente?
De que vale a insistência por flexibilidade
Onde o entendimento é inexistente?

A minha alma encontra-se carente de vontade
Meus órgãos vitais vão sofrendo metástases
A origem de tudo é o que transita pela mente
A destruição, agora é quase inconsciente

[A vaga idéia inata do amanhã me repugna]
A estampada idéia do hoje me cega
A idéia do ontem me enjoa

Para onde ir?

jeudi 1 avril 2010

31/03/2010

Minha vida parece até "Efeito Borboleta": um pequeno deslize me faz perder o controle e me fode de maneira drástica e irreversível. E pensar nisso é infinitamente torturante. Mas agora que diferença faz? É o último ano, nada mais me mata, no máximo abala. Nada dói mais como antes. Os erros que eu reproduzo criam cascas de concreto na minha mente, me impedindo de recometê-los. Quanto mais eu erro, mais forte e consciente eu fico, e mais esperança eu perco. Até que ponto vale a pena?

mercredi 24 mars 2010

"Que o tempo esteja a meu favor; que ele realmente alivie a minha dor."


De repente
Tento salvar um poema já falido
Tentativa infeliz
De ressuscitar um corpo caído
Só porque a minha raiz é aqui.


vendredi 29 janvier 2010

Eu mudei tanto, mas tanto...minha escrita enferrujou-se. Enferrujou-se assim como a minha inspiração e aquela antiga necessidade de expelir as dores e divergências tão íntimas através de palavras, ou até mesmo de gritos e choros repentinos.
Eu mudei dentro de um intervalo de tempo aparentemente longo e amplo, mas pra mim parece que foi ontem. Enxergo tão claramente o que eu era, e é tão brusca a diferença entre isso e o que eu me propus a ser agora, e vivo sendo nesse exato momento e nos últimos e próximos.
Hoje vejo em muitas pessoas o que fui ontem. Hoje vejo minha angústia tão abominável em mentes e corpos alheios – e é desconfortável e incoerente não sabê-los confortar.
Medo de ter me tornado o que até ontem me repelia completamente. Medo de ter me tornado uma conformada covarde devido às dores que já cansei de sentir. Medo de nunca mais sentir o que eu sentia antes quando escrevia tão facilmente e sutilmente.
Medo dessa fase ser apenas...um mero engano. Medo de todos os meus medos serem realidade. De repente uma nostalgia chegou a mil por hora e se apossou de mim.