samedi 29 mai 2010

3h22

O que move o mundo, as pessoas, as idéias, os fatos? O que move o fluir das coisas?
Tentativas sempre falhas que desaguam no fim, no finito. De que vale acreditar em doce ilusão? A ilusão impulsiona, estimula. De que adianta ser feliz? A felicidade é o melhor remédio. Que diferença faz o caminho escolhido? Toda diferença.
As diversas particularidades do "viver" são o que me instiga por vezes de forma enlouquecedora, excessiva. Todo mal é necessário, pois sem mal não há bem - e vice-versa. As dualidades se completam, as contradições se complementam [a expansão do ceticismo é válida...]. O pensamento ocidental soa como ultrapassado, como se eu estivesse cansada de manter a mesma linha do horizonte, a mesma base pra partir de qualquer pressuposto - as possibilidades multiplicam-se quando os antecedentes são modificados...Mania viciosa a de subdividir absolutamente tudo de forma tão racional, fria, incompreensiva! As complexidades existenciais são superiores a qualquer tipo de subdivisão estúpida e ineficaz sobre todas as áreas do comportamento humano.

vendredi 28 mai 2010

"Não sou um homem: sou uma dinamite. [...] ...quanto de verdade suporta? Quanto de verdade ousa um espírito? Isso se tornou para mim o autêntico medidor de valor. [...] A arte estimula a vida. [...] Bom é todo estilo que realmente comunica um estado interior... [...] ...isto é uma obra-prima sem nome, sem classe social, sem riqueza.
Fui também colocado na cruz."



F. Nietzsche

jeudi 27 mai 2010

Eu queria de verdade que tudo fosse diferente, mas isso custa um preço que talvez nem minha alma pague. Porque ser quem eu sou envolve muitos fatores além do simples fato de viver naturalmente e fazer as coisas de forma espontânea. Não só custa absurdamente caro, creio que não tenha preço. O sofrimento é mais inevitável quando me permito viver da forma que cabe aos meus "instintos", às minhas vontades...hoje tudo que é bom tem um gosto de trauma. As coisas que me lembram prazer, logo depois me remetem a traumas...e dói. Se eu não era problemática por completo, agora eu sou. E não vou crucificar culpados, porque só vivi o que busquei viver, por mais que tenho sido impossível para o meu eu não ter vivido aquilo que me era tão urgente. Era óbvio que no final eu estaria debilitada, depois de tantas lutas internas e externas, de tantas reivindicações ignoradas, de tantas revoltas incompreendidas, argumentos desprezados...minha ideologia faliu.
Agora eu sangro e não encontro refúgio para estancar o que arde para depois retomar as lutas onde só quem tem a perder sou eu - e o ciclo se [re]inicia. Existe violência pior que a mental, a psicológica?
Existe violência pior que a repressão? Morrer é tão mais confortável.

dimanche 2 mai 2010

"Beta, não espera, meu amor
O açúcar no fundo ressaca
Bebe logo de golada esse suco
[De carne azeda]
Não demora, não pare pra conversa fiada
Quem paga lá já foi, agora
Não há mais nem garçom
É de bom tom que agradeça
Ou aí dentro, ou cá, lá, fora
De qualquer cabeça
Não esqueça,
Não esqueça,
Não esqueça...

Que se a noite parece não ter fim
Tuas flores reproduzem no jardim
Dentro de uma redoma de vidro
E gelo seco...

Jasmim...
Teu cheiro inocula logo em mim
Uma vontade de viver mais um dia
Só mais um dia...
Só mais um dia...
Só mais um dia."

( D.C., 21-10-07)


o que eu posso dizer hoje?
saudade. puta saudade.
(L)