lundi 28 février 2011

That I would be good even if I did nothing
That I would be good even if I got the thumbs down
That I would be good if I got and stayed sick
That I would be good even if I gained ten pounds

That I would be fine even if I went bankrupt
That I would be good if I lost my hair and my youth
That I would be great if I was no longer queen
That I would be grand if I was not all knowing

That I would be loved even when I numb myself
That I would be good even when I am overwhelmed
That I would be loved even when I was fuming
That I would be good even if I was clinging

That I would be good even if I lost sanity
That I would be good whether with or without you



(Alanis Morissette - That I would be good)

mardi 22 février 2011

acontece que, renunciando a você, eu renuncio a mim.
acontece que, desistindo de nós, eu desisto de tudo.
acontece que, eu queria não ter te amado, não ter me envolvido, não ter te conhecido.
- não pra evitar o meu sofrimento, mas pra não sentir essa culpa de uma tonelada
de ter te gerado um sorfimento sem tamanho.
acontece que eu te amo e não sei mais o que fazer com esse amor (não dá pra esconder no
closet, ou embaixo do tapete. não dá pra fingir que não existe. não dá pra esquecer.
não dá pra jogar fora. não dá pra desconsiderar. não dá pra reciclar e gerar outro
sentimento. não dá pra expulsar de dentro de mim,
porque assim, eu morreria junto. - o amor que eu tenho por você não só é inerente a minha
alma, como também ao meu coração.)
e agora? o que fazer? como proceder?
estou perdida: sem você não tenho nada, não quero vir a ser nada, preguiça de viver, de continuar.


que dor é essa que eu nunca senti antes? e que consome cada poro da minha pele, cada partícula do meu corpo, cada vertente da minha alma, cada gota do meu sangue, cada piscar de pensamento? só sei que dói. e muito. talvez mais do que eu possa suportar.

lundi 21 février 2011

O fazer poético passa pelo corpo e pela cama. "A poesia se faz na cama como o amor..." Isto para começar a conversa. A palavra registrada em livro é mera extensão (sublimada) do que sobrou da Orgia. Todos nós somos labaredas provocadas pelo curto-circuito do Desejo. O resto é balacobaco, isto é, literatura. Dante é pra ser relido numa sauna rodeado de adolescentes. Não num escritório-abrigo-anti-atômico. O vampirismo descobriu o desbunde, o marxismo e a linguagem caricata. Henri Michaux já deu o recado: conhecimento através dos abismos. Inferno, Purgatório e Paraíso são uma coisa só. Mastigue cogumelos e Veja. Nenhuma regra: Ver com os olhos livres. Assim o curumim aprendeu o gosto de todos os espíritos. O assassinato também pode ser a ordem do dia. A blasfêmia e o roubo. Veja o episódio de Vanni Fucci no Inferno de Dante. Gíria da pesada de malandro medieval. Mimetismo. Para uma literatura da crueldade. Como diz Edoardo Sanguinetti, "O Surrealismo é o fantasma que, com toda justiça, persegue as vanguardas e lhes nega um sono tranqüilo". Com a costela do Kapitalismo foi criada a Panacéia Socialista. O Forró Nuclear é a medida da Riqueza das Nações. As soluções em Poesia são individuais e não coletivas. Eu estou com Gilberto Vasconcelos: depois que joguei a obra completa de Marx pela janela, comecei a entender o Brasil. Fora isto o seguinte: Poesia é uma forma de conhecimento que vê através de objetos opacos como uma viagem de LSD e estados mediúnicos de levitação, Xamanismo, linguagem da Sibila de Cumas e cantos de caça de povos "primitivos", poesia é uma atividade lúdica em que está empenhada sua vida, sua morte, a dor, a felicidade, e principalmente o jogo. O jogo gratuito de todas as coisas. Por acaso, eis a origem de todas as coisas, diz Nietzsche. Não devemos excluir autoritariamente como censor barato nem os que se dizem marginais e não são e nem os que pensam que são marginais e são escriturários. Os Hitlers e Castros da vida já fizeram isso com muito mais eficiência. A Poesia é a mais fascinante orgia ao alcance do homem. E como diz Hegel, "A Orgia báquica da história será vivida por cada um dos seus membros".



Roberto Piva