vendredi 30 avril 2010

A pergunta acerca da origem dos valores morais é, por isso, uma pergunta de primeira ordem para mim - porque ela condiciona o futuro da humanidade. A exigência de que a gente deva acreditar, de que no fundo tudo se encontra nas melhores mãos, de que um livro, a Bíblia, concede a tranquilização definitiva no que diz respeito à sabedoria divina na condução do destino da humanidade, é, retraduzida na realidade, a vontade de não deixar surgir a verdade sobre a lamentável antítese disso tudo, ou seja, o fato de que a humanidade até hoje esteve nas piores mãos, de que ela foi regida pelos malogrados, pelos vingativos-astutos, pelos assim chamados "santos", esses caluniadores do mundo e violadores do homem. O sinal decisivo no qual se revela que o sacerdote (-inclusive os sacerdotes mascarados, os filósofos-) tornou-se o senhor absoluto de tudo e não apenas de uma determinada comunidade religiosa, de que a moral da décadence, a vontade para o fim, vale como moral em si, é o valor incondicional atribuído em todo o lugar àquilo que é altruísta, e a hostilidade àquilo que é egoísta. Quem está em desacordo comigo acerca desse ponto, esse eu considero infectado...Mas o mundo inteiro está em desacordo comigo...[...] Mas o sacerdote quer justamente a degeneração do todo, da humanidade: por isso ele conserva o degenerado - e a esse preço ele a domina... Que sentido têm aqueles conceitos mentirosos, os conceitos auxiliares da moral, da "alma", do "espírito", do "livre-arbítrio", de "Deus", se não o de arruinar fisiologicamente a humanidade?...Quando se desvia a seriedade da autoconservação, da fortificação do corpo, quer dizer, da vida, quando se faz da anemia um ideal, quando se constrói "a salvação da alma" sobre o desprezo ao corpo, o que é isso se não uma receita para a décadence? - A perda do equilíbrio, a resistência contra os instintos naturais, em uma palavra, a "ausência-de-si" - tudo isso foi chamado de moral até agora...



(F. Nietzsche, Ecce Homo)

lundi 19 avril 2010

Oh I forget everything I learn

samedi 17 avril 2010

01h39

O que me faz feliz hoje? - eu me pergunto.

E pensar ao mesmo tempo em que há uma ausência de idealizações me soa como um “pensar limitado”. Mas idealização remete a um “anti-evolucionismo” porque traz consigo a idéia do futuro que nunca chegará, então todo o presente é anulado pelo pensamento enganoso de um suposto futuro sempre superior à condição atual.

Será possível pensar sem origens? Criar sem referências? Prosseguir sem antecedentes?

A sensação de felicidade talvez não exista sem aquele querer-mais, sem o gosto do implícito que virá amanhã ou depois...sem a noção de futuro – futuro esse pra sempre vai ser inalcançável.

Há uma necessidade de impossibilidades por tudo onde o ser individual transita, e é isso que move o mundo – caso contrário a perfeição reinaria e a evolução culminaria no avesso de si própria. O ciclo assim se fará. Ou não.

lundi 12 avril 2010

Dá-me paciência, ó Deus do tempo

vendredi 2 avril 2010

De que valem lágrimas escorridas
Onde a compreensão faz-se ausente?
De que vale a insistência por flexibilidade
Onde o entendimento é inexistente?

A minha alma encontra-se carente de vontade
Meus órgãos vitais vão sofrendo metástases
A origem de tudo é o que transita pela mente
A destruição, agora é quase inconsciente

[A vaga idéia inata do amanhã me repugna]
A estampada idéia do hoje me cega
A idéia do ontem me enjoa

Para onde ir?

jeudi 1 avril 2010

31/03/2010

Minha vida parece até "Efeito Borboleta": um pequeno deslize me faz perder o controle e me fode de maneira drástica e irreversível. E pensar nisso é infinitamente torturante. Mas agora que diferença faz? É o último ano, nada mais me mata, no máximo abala. Nada dói mais como antes. Os erros que eu reproduzo criam cascas de concreto na minha mente, me impedindo de recometê-los. Quanto mais eu erro, mais forte e consciente eu fico, e mais esperança eu perco. Até que ponto vale a pena?