mardi 30 décembre 2008

porque não comemoram de janeiro a fevereiro, ou novembro a dezembro?
as coisas só vão mudar por decisões próprias, e não por comemorações sem o menor sentido.
não sei pra que ficar festejando o início de um novo ciclo, porque na realidade talvez não seja.
ano-novo é uma ilusão, apenas.

os abraços congelantes continuarão os mesmos.
e os beijos sem gosto continuarão os mesmos.
e os olhares sem significado continuarão os mesmos.
e os "eu te amo" profanados, continuarão mentirosos.
e o mundo vai prosseguir com a sua desprezível hipocrisia de sempre.
não vejo motivo para comemorar.

vou comemorar conquistas minhas, e só.
porque o mundo só me dá motivos para exalar lágrimas, e não sorrisos.

samedi 29 novembre 2008

quando a inspiração me foge eu perco o controle
eu tento procurá-la, faço isso desesperadamente.
quando a sinto escapar, sinto o meu fim.
sinto o ruído que ocorre dentro de mim.
sinto? sinto nada.
não sinto nada.
não consigo sentir.
porque tudo que sinto, a ausência da inspiração faz-me sentir extremamente vazia.
e o vazio não é preenchido se não posso me apoderar de tudo que ele possuir.
e eu não sei ao certo o que sai aqui de dentro nesse momento...
é que eu queria, queria mesmo escrever, e queria que saísse algo verdadeiro.
ou no mínimo, realista.descrever a inspiração é coisa abstrata demais.
isso me angustia.

essa dor repentina tão frequente
essa ausência de tudo ao mesmo tempo
essa angústia sem fundamento tão presente
esse lar sem nenhum ar de abrigo
esse vento carregado de mundo
essa minha mania que eu carrego comigo
de querer definir por meio de escrituras
tudo aquilo que alcança seu cume se concretizando em fato.
essa minha vontade louca e por vezes descontrolada
de explicar o até então inexplicável.
de descobrir o que não se é descoberto - não por meio das minhas condições.
de almejar com certa sede insaciável o desconhecido.

as vezes me sinto abandonada.
é como se eu fosse como um nada, e um tudo ao mesmo tempo.
sozinha eu sou quem não consigo ser na presença de alheios.
sozinha não tenho receio, não me escondo, não me defendo.
mas, na ausência da minha solidão eu me rendo aos momentos
e me rendo aos atos que não me pertencem.
mas eu não controlo, não controlo nada disso.
não controlo quem eu sou.
eu não sei o que sou, como sou, e o porquê de eu ser ou não ser.
eu nao sei do que sou capaz.
mutações me dominam, e ao mesmo tempo algo fixo, só meu, faz questão de permanecer.
talvez não exista só um 'eu', talvez hajam vários,
e cada um floresce em determinado momento.
mas certas vezes muitos dos meus 'eus' querem tomar o poder ao mesmo tempo.
e isso me confunde, me angustia, me diminui.
sso acaba comigo.
o que eu sempre achei que era uma tristeza repentina sem fundamento,
talvez seja uma confusão de personalidades que estão misturadas
nesse labirinto que chamo de mente.
talvez sejam milhares de opiniões opostas no mesmo lugar, e ao mesmo tempo.
talvez contradições tão próximas que de tanto chegarem perto, se atraem.
o pó de hoje, ontem foi matéria significante.
e é incrível quando a natureza das coisas se revela.
se revela frágil, sensível, fraca.
e é incrível como a delicadeza reina quando não há escudo para proteger da descoberta.

e é incrível o fluir do mundo.

escorre, desesperado, o fluir das horas. o tempo devora.
eu não acredito, eu não creio
que depois de tudo isso
há vazio, há apenas vestígios de receio.
se assim for, essa vida é um lixo.

e o que os sentidos não são capazes de captar?
o que será?
há definição?
o desconhecido não é levado a sério.
não é possível que não reparam
que a maior virtude é amar
que a maior prova de que somos fracos é a paixão
que o mistério todo é medo do coração de se confessar.
de repente as bocas se calam, porque tudo que ouviram
foi rio de verdade sem ser estancado.
falta fôlego para suportar tamanha verdade pura, sem misturas de hesitações.
junta tudo que você já viveu
num liquidificador: mistura de angústia, felicidade, gozo e ardor
bebe tudo de uma só vez
acrescentando doses exageradas de insensatez

junta tudo o que você já sonhou
e começa a realizar.
pois tudo que de você já se libertou
de você também tende a se ausentar.

acrescenta no seu suco de vida
aos goles suicidas
aquilo tudo que o mundo já gerou
medos, receios, arrogância.
e ao mesmo tempo aquilo tudo que até hoje alcançou
esquece. retorna à infância, e trata de envelhecer na hora devida.
vê se envelhece na hora que convém.
porque adquirir rugas e desgosto pela vida
nem sempre compensa
comparado a adquirir experiência e amadurecimento

nem sempre vale a pena
perder o gozo de se decepcionar
porque o amanhã serve apenaspara fazer a vontade retornar
e o feito de ontem
hoje ser feito diferente
e a aprendizagem não cansa de apresentar a plenitude a essa gente.

se as descobertas são infinitas
até onde vai o gozo dessa vida?

se os prazeres são eternos
ainda vale questionar o sentido de viver?
os prazeres são dignos apenas da carne adquirida no ato de sobreviver.

e o coração, mais puro eterno
vai além do suco de vivência
vai além de páginas preenchidas loucamente em milhares de cadernos
o coração possui sua própria essência
nesse manto que nos cobre
de tamanha solidão.
nesse mundo que nos decepa em meio a tanta aversão.

talvez eu ainda tenha infinitudes de palavas a profanar
talvez o que me reste é a certeza que todos são capazes de reconhecer
talvez eu consiga perpetuar essa minha forma de pensamento particular
o que se leva dessa vida, eu não sei.
mas certo e convicto é o inevitável ato de morrer.
o coração clama por descanso de sofrer.
a alma implora para exalar as dores
as dores que o corpo suga, inala, inspira.
as dores que não se suportam.
as dores que não se envolvem mais entre si.
se guardam para a mente, tendo o único objetivo
de emudecer toda essa gente.

lundi 24 novembre 2008

Quando a noite não me der mais atenção
Quando eu não sentir mais dor
Quando o luar não me gerar mais inspiração
Quando eu desconhecer o amor
Quando eu me conhecer por completo
Quando meus receios me perseguirem
Quando eu não souber mais traçar trajeto algum
Quando todas as minhas regras se extinguirem
Quando eu sentir que já não há mal nenhum
Quando tudo isso acontecer, eu não estarei mais aqui.
Eu já terei deixado de viver. É aí que a morte pôde me ouvir.
Isso que eu sou: resultado dos sustos que não deveriam mais me surpreender, conseqüência dos acontecimentos tão freqüentes e típicos que ainda me corroem e que não deveriam mais corroer. Sou pura conseqüência da minha incapacidade, da minha falta de poder.

É que a vida atropela sem dó: passa por cima dos sentimentos; estraçalha sem parâmetros o amor; pisa na felicidade e injeta muita dor nas pessoas.
Isso que a vida faz. Por isso que viver é perigoso. O motivo que deveria nos acalmar e nos confortar é o mesmo que mais nos aterroriza: a certeza da morte.E alguns ainda conseguem permanecer vazios mesmo depois de doses intensas de vida. Eu não sei se resisto a tudo isso...têm sido tão difícil...


Eu não me adaptei e nem vou me adaptar a injustiça que é a vida. Talvez seja por isso que venho enlouquecendo...É que é tanta coisa pra atormentar: a vida, o tempo...E o pior de tudo: eu em meio a isso e em meio a mim mesma.

São conflitos internos e externos. Nada está equilibrado. Desde que comecei a pensar não consigo me manter equilibrada em momento algum. Preciso parar de pensar. Não, não posso parar de pensar. Pensar é o sentido da vida. Ela só quer nos destruir, tudo aqui é um teste. Vida insensata a minha.

E as ilusões são para nos fazer resistir a tudo isso, nada mais.
Abstrações me perseguem. O vago me persegue.
Vezes vago em mim, e procuro o pingo de justificativa para tudo que cisma em acontecer aqui, na minha mente. Para tudo que surge repentinamente sobre mim, e eu preciso interpretar para não morrer engolida por essas faltas de identificações que insistem em me perseguir. É uma fome de exprimir cada detalhe passageiro, cada instante fixo. Cada inspiração, cada mastigar. Cada saborear.
É uma sede de obedecer meus instintos.
Meus instintos me instigam.
Instigações me instigam, excessivamente.
Ainda não me acostumei a viver.
Tudo é novidade, tudo é motivo de estudo, de pesquisa.
Toda descoberta, pra mim, é coisa rara, é valiosa. É única.
E quanto mais descubro, mais vejo que o mar de descobertas não tem fim. E então concluo que pretendo também não ter fim, para poder descobrir tudo.
Não há mais o que dizer;
O silêncio tudo diz.
Um dia eu vou morrer;
Com toda essa angústia
Que me faz ser infeliz.

Não há mais o que fazer
O tempo tudo faz
Uma hora eu me perco
Despedaço o meu cais.

Não há mais o que pensar
O Sol já surgiu
O que aconteceu, não importa
Quando não vale mais a pena questionar
A não-existência é sinal que o mundo ruiu.

O que vai acontecer, o que acontece
O que eu faço, o que o meu coração tece
É coisa minha, é de dentro que vem
Quando o sentimento perece
Descubro que ele poderia ir ainda mais além.

Quando tudo acaba
Quando meu céu desaba
Nada é de repente, de tudo eu tenho consciência
As vezes me parece previsível
Cada pôr de um sorriso, cada doce essência
Não sei de nada; de nada eu sei.
Quanto mais descubro
Mais enxergo além do que cavei
E quanto mais enxugo as lágrimas
Mais as lágrimas insistem em cair
Essa tristeza sombria, sádica
Insiste em me derrubar, aos poucos vou sucumbir

Não vejo nada; nada vejo.
De repente sou só vácuo e desejo
Desejo não preenchido
Vazio pleno de vontades
É que aqui dentro algo lateja
Talvez aqui dentro há uma teia
Criada por mim, sentida pela alma
Quando a dor permite se despir
O coração se acalma.

Não penso nada; nada penso.
Não posso mais continuar.
É o fim que chegou para me abortar
Dessa vida que me faz sôfrega a cada instante
Em cada momento me sinto fraca
Impotente em meio a esse mundo
A esse mundo que dilacera a gente.
Que sufoca sem dó.

Você não vê, meu amor?
Não enxergas que o descomeço se aproxima
Que isso aqui é a nossa sina
Que sofrer é necessário
Que amar é prova, é teste.
E aversão é sentimento amargo
Para machucar os fracos
Para acabar com os vestígios dos pedaços que ainda restam.


E a poesia das coisas - nas coisas, nas pessoas.
É o que ainda salva esse mundo
Esse prazer em ver a humanidade sofrer
É doença, é atraso de evolução.
Esse sadismo doentio
Só serve para demonstrar
Só prova
O que precisamos, apenas

É amor.

lundi 20 octobre 2008

Com meu desejo de liberdade pulsando cada vez mais forte, cada vez mais latejante, se eu não o obedecer vou morrer afogada em desejo transbordado.

samedi 18 octobre 2008

É exaustivo a todo tempo, em todo momento, a cada instante, precisar usar o escudo, lembrar de sua existência, e saber que sem ele não há o mínimo de entendimento, de compreensão. A verdade é que me entrego, me entrego sempre sem receio, sem pessimismo, sem otimismo, sem esperanças, sem dó, apenas me entrego na minha calma, e só. Me entrego sóbria, lúcida e capaz. Me entrego feliz, triste, tanto faz. Apenas me entrego. Me entrego sã e salva, me entrego perdida dentro de mim. De repente, surge a conseqüência do ato de me entregar. E eu não sei exatamente porque, mas isso sempre dói. Mas eu continuo me entregando sem receio...

mardi 7 octobre 2008

Os dias são mortos. E as noites sempre tão serenas. O bons momentos são poucos. E a felicidade tão pequena, egoísta. A rotina é mais insuportável que o normal. Tudo me leva ao pranto. Tudo me carrega para longe do prazer. Navego em mar frígido. A conrrenteza do fluxo dos acontecimentos me leva para a escuridão. Eu me desespero, choros, soluços, idéias de libertação falsas. Ilusão. Mas eu fico cega, totalmente. Sem combustível eu não sou nada, minhas vontades andam sufocadas, minhas verdades traduzidas em mentiras geladas. Minha dor toda mantida no meu coração. O problema é essa prisão... Não vejo o sol nascer, não tenho o menor poder, minha alma não é mais alimentada.

dimanche 28 septembre 2008

Eu me expresso por meio de palavras
Tento me descobrir refletindo a minha mente
Liberto as falas, antes caladas
E demonstro que o receio é melhor ausente

Esse lugar guarda histórias
Esse tempo presencia mudanças
As vezes o que me resta é a memória
As vezes o que sobra são as intermináveis andanças
Quero me desligar do mundo. Preciso me livrar desse vício que é viver. Antes era vontade, agora se tornou necessidade abolir tudo o que não me consome. Porque eu preciso ser tragada, quero que o mundo inspire o meu ser. Alguma coisa eu hei de poder mudar, algum acontecimento eu sou capaz de dirigir. Cansei de não transparecer meus sentimentos, cansei de pensar em hipóteses, cansei de aprisionar minhas idéias e ilusões. Vou libertá-las, vou permiti-las se conhecerem.
Vou autorizar que elas se machuquem. Para doer, para aprender, evoluir. Quem não se cansa é porque nunca chegou ao seu melhor, nunca exercitou seu limite. Quem não se cansa é porque nunca se explorou. Quem não se cansa são as crianças que possuem energias inesgotáveis para os prazeres. O nosso gozo – o gozo do amadurecido que ontem era criança – custa caro. O nosso gozo tem conseqüências drásticas. O nosso gozo, talvez não valha a pena. Quando o tamanho da capacidade é reduzido, a alma é pequena. Quando a última cena ocorrer, pensarão no passado, pensarão nos resquícios de sofrimento que antes haviam curado, mas a verdade não mente e não tem pena de si. A verdade não tem compaixão e é fria no seu veredicto. A verdade, talvez cruel, talvez sincera demais. A verdade, fatal, a verdade que salva momentos e que ao mesmo tempo destrói nações. O que compensa, quem somos nós para medir? O que precisamos fazer, porque tanto sentimos aqui? Porque a presença da angústia e da dor é sempre tão forte? Porque as pessoas temem a morte? Esse mundo que eu desprezo, é o mesmo que me instiga. Essas almas perdidas que eu tanto tenho dó, ora me refugio, ora me abro e me exponho para tamanho fingimento, para algo que no fundo, eu sei que não valerá a pena. Mesmo sabendo, eu costumo insistir. Não entendo meus desejos que tanto se contradizem. Não entendo meu espírito que ora finge que não existe. E me faz acreditar que tudo acabou, que não há porquê algum nisso que é denominado vida. A vida, as vezes apenas um vazio. E essa mesma vida, de repente se permite deixar os sentimentos ferverem dentro de si.

dimanche 31 août 2008

Realidade Inconveniente

Transformo meu rascunho em obra prima
Meu rabisco agora é arte
Expresso o que tanto me fascina
Através dessa sua face
De repente eu me sinto possuída
Pelos códigos que sou capaz de decifrar
Talvez seja essa minha sina
Talvez eu consiga suportar

O quanto me dói ser realista
É o quanto te dói o fingir
Suas idéias desprezíveis
Só farão o mundo ruir

Ninguém enxerga, ou fingem não perceber
Os fatos que tanto fazem questão de transparecer
Que o mundo é um desastre
Parece que desejam que tudo acabe
Parece que se cegam em meio à hipocrisia que chamam de vida
Não irão se cansar até a última alma ser destruída.

dimanche 24 août 2008

Possuía um olhar cego, um olhar morto - e infelizmente, nada mudaria isso. Impossível era corromper aquela barreira tão forte e fria, e tão convicta de si. Depender de outras forças, outras atuações, as coisas não deviam ser assim. Está tudo errado, tudo fora do lugar. Mas qual seria o lugar certo ? Qual seria o certo ? Qual seria o errado ? Essa terra anda muito desorganizada...
O mundo censura sem saber o porquê. A humanidade limita sua própria espécie. Tudo é decadência, tudo é tentativa que não chega até o final, até o propósito inicial. Eu não reconheço a minha pessoa, porque a cada dia se revela diferente. Não sei se sou várias ao mesmo tempo, não sei se é a minha mente querendo me confundir. Ela gosta de me tirar do lugar que me conforta. Me fazendo descobrir mais anseios, novas formas. Ela adora me desafiar. Me tirando do sério, me fazendo reconhecer que eu me descontrolo quando descubro o que é amar.
No cume do suportável vai haver a necessidade da libertação - esta que a minha mente nunca me proporcionou, só se preocupava em aprisionar o meu coração.

vendredi 8 août 2008

O único mundo verdadeiramente livre é o dos sonhos

Há de haver um dia
Sem espaço para angústias, sem melancolia.
Quando e onde tudo permanecerá na serenidade
Não se abrirão possibilidades para sangrentos e dolorosos ataques.

Há de haver um dia
Que o Sol virá a raiar
Sem exceções, ele iluminará infinitas nações
De uma só vez, carregará a plenitude
Em uma dose de sensatez.

Há de haver um dia
Quando tudo acabar
O rumo do resto a humanidade desconhecerá.
Ela desconhece a si própria.
Onde as memórias irão compartilhar dores
E os afagos farão esquecer antigos amores.

samedi 26 juillet 2008

Apenas lembre-se que se a luz parecer nunca chegar, ela irá se aproximar. Se em algum momento ela fingir que não existe, e se isso te impedir de sorrir, eu estarei olhando por você. Eu estarei em contato com a sua alma, e farei ela luzir, independente do momento em que a luz hesitar em surgir.
Porque foi você que me fez sentir firme no momento em que tudo que eu queria escorreu das minhas mãos, e fazia questão de escapar do meu controle. A sua firmeza me alimentava e impedia de adoecer o meu amor. O seu olhar me impedia de renunciar a sentir. Você só me fazia querer viver cada vez mais e mais. E, se agora, em alguma hora eu te ver cair, a minha mão será a primeira a surgir nesse seu extenso e acolhedor olhar. É que eu preciso te ajudar a levantar, sempre e sempre. Preciso de doses mais freqüentes do seu calor que transmite tanta vontade de aproveitar cada dia, cada ciclo, cada sol que poderá raiar.
Se esse nosso tal caso for passageiro, eu me encarrego de aumentar esse curto prazo, me comprometo a saber usar o anseio. Agora, chegue mais perto. Não existe errado e certo nessa nossa terra.
Não existe possibilidade de queda ao seu lado. Não quero nunca precisar me afastar da minha fonte de solidão, mas sou incapaz de esquecer a sua singela atenção. O que há entre nós não é apenas uma atração fugaz. Em você eu me conforto, faço do seu amor o meu cais. Consigo transformar melancolia em inspiração, você consegue transformar magia em seus gestos. Traduz sutileza na sua visão sábia sobre tudo e o além disso que está ao nosso alcance. Você é o meu pulmão, a minha última chance de sobrevivência nessa essência tão intragável que me cerca. Portanto, para você a minha porta vai se manter sempre aberta. Não importa o que fizer, não importa aonde errar. Gosto do jeito que é, me encantei por sua forma de pensar.
Há muito tempo eu não produzia assim, só você é capaz de despertar o melhor que há dentro de mim. Chegou sendo claro nas intenções, eu sempre soube do risco. Mas as canções me enfeitiçaram, vejo meus rabiscos transformados em arte. Qual a parte sua pela qual mais preza? Qual o preço desse seu sorriso que eu quero ter até meu último dia? Porque o ar respirado por você tanto me interessa? Eu não acordei, quero dormir e ser capaz de sonhar até onde eu me sentir capacitada de te amar.

jeudi 17 juillet 2008

Falta praticar humanidade nesse mundo
Falta enxergar além do obscuro
É necessário ver com a mente
E é necessário, às vezes, permanecer descontente

É preciso saber sofrer antes de amar
É preciso saber sofrer antes de viver
É impossível não se machucar.

Ninguém é capaz de assumir a tristeza
Ninguém é capaz de se negar liberdade
São capazes de engolir a fraqueza
A troco de momentos raros de felicidade

Quem finge que vive bem
Finge também não sofrer
Quem acredita em perfeição
Pensa impossível ficar sem alguém
Mas no final, não há jeito, sua alma vai arder
Ou congelar.
Pois nenhum coração depende de outro
Para ser capaz de amar.

Quem tanto expõe suas idéias
Tanto tem receio de modificá-las
Quer sempre um lugar, quer sempre uma platéia
Porque no fundo não sabe desfrutar de suas próprias asas.

Meu vômito vai servir pra mais tarde
Eu reciclar minha vontade de voar
E fazer disso um benefício
Enquanto minha alma arde, ela se queima
Eu vou aprendendo a arcar com as conseqüências
Do estranho e dolorido doer da dor
E o ofício que vou adquirir
Vai além de tudo isso, quando eu puder sair daqui.


Só o que conseguem me proporcionar é a chave para a inspiração
Pois abrem as portas e janelas para a tristeza
Abrem caminho vasto para a melancolia
Que entram repentinamente em mim
Quando eu sair dessa prisão
Quando eu for capaz de desconhecer a fraqueza, de tanto a exercitar
Quando das insônias nas noites frias e tristes eu me recordar
Eu hei de descobrir que aquilo não era o meu fim.
Era o início do que agora pode tomar seu devido rumo.
É o início da minha vida, através de minha autoria, finalmente.
Eu quero escolher meus caminhos, eu quero escrever minha escolhas
Eu não vou mais me sentir sozinha, na ausência da liberdade.
Posso até sentir saudade, admito meus sentimentos
Mas a fase passa, e permanece apenas em alguns poucos momentos.




Sonho com esse dia, ou talvez com essa noite
Sonho em aproveitar de verdade a melancolia
Sonho a cada instante em cicatrizar os meus doídos cortes tão profundos.

E quando tudo isso acabar, vou lembrar de quem esteve ao meu lado
Vou lembrar dos pensamentos que permaneceram fiéis, dentro de mim
E vou sentir meu coração alagado
De conforto, de jasmins.

dimanche 6 juillet 2008

As pessoas simplesmente não percebem ou fingem não ver
O que eu tanto transpareço e faço questão de estender.

Espero que o fluxo do tempo me ajude e esteja ao meu favor
Espero, de verdade, que ele alivie o meu ardor
Quando tudo fica escuro e eu me vejo sem saída
Surge um outro mundo que me faz sentir desimpedida
E esse tal mundo eu não posso abolir
Vai contra os meus princípios pisar em algo que um dia eu precisei
Foi ele que me impediu de cair
Na sensível hora em que mais me calei
Foi ele que me deu a mão e disse me libertar
De tudo que já machucou meu coração
De tudo que ainda hoje em mim está a sangrar
E eu sei que quando o crepúsculo aparecer
Ele irá surgir dentro de mim
Assim, uma semente de cura virá a crescer
O feito que vai me dominar
É o da recuperação, e com essa arma vou lutar
Até quando puder, até quando me restar tempo para conseguir respirar.

Qua, 25/06/08.

Quando não houver mais o que dizer
As bocas irão se calar
E os ouvidos ficarão atentos
A tudo que pode vir a passar um breve vento.
Assim que tudo acabar, muita coisa irá restar
Muita dor, muita angústia excessiva
Que não sai de um corpo facilmente
Que não se contenta enquanto não vê um ser descontente.
Muita melancolia erosiva é o que vai acontecer.
Os corpos a deixarão transcender.
E termina a magia da parte negativa, e então surge o vício.
O vício traiçoeiro pela tristeza.
Ficar triste é se manter atônito a todo tipo de sentimento. É se mostrar anônimo e indiferente para com a felicidade.
A tristeza faz com que a vontade de viver diminua, porque dá a impressão de que tudo já foi decifrado.
É como se não tivesse mais o que descobrir.
E quando tudo se sabe, vem a impressão de que o mundo veio a ruir de uma só vez.
De repente, não há mais no que se pensar.
Qual a graça de viver, qual virá a ser a graça de amar?
Se tudo isso faz sentido, eu não quero nem saber.
Para mim é importante e necessário questionar o ato de viver.

dimanche 13 avril 2008

A angústia sufoca
Depois de tanto inspirar o ar com partículas suicidas
Depois de tanto presenciar e aturar abstrações e concretizações
É muito difícil se manter convicta de algo
É muito difícil conseguir sobreviver da forma que me é confortante
Da forma que me deixe satisfeita nem que seja por um momento
Isso é cada vez mais escasso
Cada vez mais facilmente levado com um leve vento

Sou necessitada de alguma certeza
Algum porto-seguro, alguma clareza
Sou necessitada das pessoas ao redor
E o quanto isso me dói
As vezes nem eu posso imaginar
O que acontece comigo quando eu começo a relembrar
As frações de tempo com que tudo aconteceu
O que me faz estar ainda aqui
O que me faz ainda ser capaz de sentir
Minha alma ainda não faleceu eu nem sei por quê
Eu não preciso de ninguém, eu não preciso de rimas nem de materialidades.

Eu só preciso da minha mente limpa
Pra poder enxergar tudo sem limitações
Sem pontos escuros até então desconhecidos
Sem lugares inacessíveis
Eu preciso ser capaz disso
Eu, sozinha, comigo mesma
Eu preciso colocar as cartas na minha mesa
Para ver a minha próxima jogada
Para pensar na próxima blefada

Eu preciso de muitas doses seguidas de mim mesma
Mas como posso fazer se tudo tende a repetir?
Se tudo é uma repetição sem fim
Se não tem nada inédito que aconteça ao meu redor
Se tudo eu já vi, senti, e experimentei
Se a minha sina é me sentir só
Se tudo faz questão de se manter igual
Se o que me é exposto e liberado eu já fui e voltei tantas vezes
Se só me mostraram o bem e o mal
Se eu já sei viver de cor
Se eu já decorei as regras, se eu as obedeço
Qual o meu papel ?
Não me sinto mais obrigada a nada
A pena se cumpriu
Agora eu faço questão de abolir
O que já me corroeu muito por dentro
O que nem um furacão é capaz de carregar

Quanto mais eu choro por isso
Eu cometo um crime contra mim mesma desperdiçando lágrimas de tal maneira que eu as pratico
As minhas lágrimas são mais expressivas do que o meu coração
A lágrima é a chave que vai me libertar dessa prisão
Ou me prender cada vez mais
Até que ponto eu posso ir?
Até onde será possível suportar?
As lágrimas um dia se esgotam?
Acho que nunca, se forem sendo alimentadas
E isso elas são
Alimentadas por tanta coisa banal e sem importância
Mas quanto mais eu penso nisso, que não vale a pena
Isso eu não sei porque faz elas caírem mais, e se torna algo inevitável
Eu não controlo mais as minhas lágrimas
Nem isso eu sou capaz de controlar mais

O que eu ainda posso fazer ?
O que ainda me é permitido?
Se tudo me pára, um dia eu desisto, ou não
O futuro é excessivamente imprevisível para tentar ser previsto
E isso angustia, faz a mente aos poucos morrer
E quanto as esperanças, elas um dia perecem, não tem jeito
Meu leito de morte já está certo
Já está convicto dele mesmo
Não temo mais isso
Não tenho condições nem de ter medo agora
Estou mantida imune do medo
Depois de tantos tipos de estrupos
Já estou demasiadamente arrombada emocionalmente
Já estou indiferente a gestos de carinho
Já estou aposentada da dor da solidão
A solidão permanece, mas a dor que esta já me causou não
Um dia eu já sofri, um dia eu já
chorei
Hoje eu lembro, relembro
E penso que tudo que tornei teoria nunca pratiquei.

jeudi 10 avril 2008

Junta tudo que você já viveu, faz escorrer pelo ralo .
Esqueça das promessas, e dos meros acasos .
Separe todas as suas peças, esse é o melhor jeito, acredite.
Esqueça os defeitos, e também os detalhes.
O mundo é plena chatice, e é bom no que faz;
Competente com sua ignorância, possui a perfeita dose de arrogância.
Esqueça do mundo, e das ânsias de vômito [ e de dor ] que este já lhe causou; esqueça das horas ruins pelas quais tanto se apavorou .
Esqueça das orações, dos pulmões sem ar;
De nada estes irão adiantar.
Pode fazer de tudo, menos se render.
Pode lutar contra a maré, construir ou destruir sua própria fé.
Agora esquece tudo que na sua mente entrou, relembre das histórias pelas quais se arrepiou, pelas pessoas pelas quais se apaixonou;
Crie o seu lar, faça dos sentimentos um confortante lugar [ pelo qual, a chave é ser especial e o carinho é fundamental ] .
E, finalmente, apague da memória tudo que foi dito.
Foi só um desabafo, coisa mal escrita.
Vontade de gritar, esse mundo cada vez mais me irrita.
E assim termino com tal mensagem;
Isso é passagem, o importante é conseguir desfrutar desde o mais amargo sofrimento até a enorme satisfação de saber aproveitar todos os momentos.
Momentos de dor, amor, e empolgação elevada.

samedi 8 mars 2008

Eu vou sumir para sempre de todos os mundos imagináveis
Acabar com os amores intermináveis
E eu vou apagar você de mim
O pra sempre, eu sei, não é assim
Não sei como isso começou
E como vai terminar, o incerto permanecerá.
Mas alguma certeza eu preciso ter
E não é com você do meu lado que melhor eu vou ficar
Não com você me dizendo o que eu devo fazer
Não com você sempre querendo me julgar

mardi 4 mars 2008

Se você não sabe quem eu sou, como é que eu vou saber ?
Dentro de mim tem mais de você do que a minha própria alma
Dentro de mim tem mais coisa sua que você imagina
Dentro de mim tem a sua expressão
E a desprezível paixão que você me doou
E o arder da dor que resultou nas consequências de me entregar
Eu cansei, meu amor, eu cansei de te amar
Eu cansei de sofrer por você
Arranca essa melancolia do meu peito
Impõe o devido respeito
Faz o que você nunca teve coragem de fazer
Não se deixe por tão pouco abater
Acaba comigo de uma só vez
Esquece a rigidez
A nossa história sempre vai permanecer na minha memória
Ela foi mais passageira que uma rajada de vento;
É mais forte que o imbatível e cruel tempo

dimanche 17 février 2008

As palavras viciam, me fazem delirar
Com a satisfação que é conseguir me expressar

Os céus desafiam, com as brisas surgem as ventanias
E aos poucos relembro da minha incontestável rebeldia
Porém não me arrependo
De tudo que até hoje foi feito
Tive medo, tive um forte medo de me julgarem pelos defeitos
Eu assumo o que sinto
Evito o que pressinto
Tento me imaginar querendo não protestar
Mas não é possível
Eu me imploro para tudo discordar
Eu preciso me obedecer
Não sou autoritária, mas preciso ter algum respeito comigo mesma
Não me devo satisfações
Mas faço questão das revelações
Surpreendentes, fundamentais
Eu estou ficando fora do ar
Permanecer assim é conseguir me confortar
Olhar pro céu e sentir vontade de jamais me calar
De sempre as minhas idéias defender
Por mais que os meus ideais pareçam ser contraditórios
Eu não me importo com os horários, com os falatórios
Não faz sentido viver e nunca precisar se reerguer .

.

Me avise se eu fizer o que você não quer
Ou algo que você não goste
Não sou experiente em assuntos desse tipo
Não é obrigado a se acostumar com os meus antigos cortes
Com as minhas cicatrizes, dentro de mim
Elas se refletem em você ?
Me diga .
Me diga se elas geram algo que você não possa desfrutar
Me diga porque é tão impossível assim me amar
Chegue mais perto, eu não vou morder
A não ser que você peça, a não ser que me intime
Mas eu só preciso que não me tire do seu caminho
Não me mande ir embora

Não consigo mais ser sozinha
Não consigo mais nada sem você
Me acostumou aos seus carinhos, me viciou nos seus beijos
Me diga, foi proposital ?
Acha mesmo manipular as pessoas algo normal ?
Acha que não me abalei quando você fez o que fez ?
Acha que nunca tive vontade de acabar com tudo isso de uma só vez ?
Acha que eu agüento ?
Ou será só um momento ?
Não me decepcione, não me decepcione
As coisas nunca são como parecem ser
As suas palavras e a sua expressão nunca deixarão de me amolecer
De me deixar paralisada, me sentindo em um conto de fadas
De me deixar com ataques incontroláveis de nostalgia sem você
E de plenitude ao te ter
Me beije, me tenha
Me beije, me deseje
Me beije, aprenda comigo
Me beije, me repreenda
Me beije e acabe logo com isso .
Eu nunca disse que seria fácil
Você no fundo sabia que não seria fácil
Mergulhou em pleno mar sem ao menos saber nadar
Esperando que eu te salvasse
Eu era a sua única chance
Baseou sua vida em um conturbado romance
Não vou te julgar
Não vou te negar proteção na hora em que mais precisa
Você é o meu motivo de acordar, o meu único motivo de vida
Sem você me falta o ar, me falta a graça da felicidade que antes havia escondida
Mas hoje foi descoberta
E nunca mais será esquecida
A cada dia, a cada hora isso aumenta
A cada nascer do sol a gente tenta
A gente nunca vai cansar de tentar
Estaremos sempre aí para protestar
Estaremos sempre dispostos a mudar
Sempre mudando tudo por dentro
Mergulhando em mares anônimos;
Desafiando desconhecidos;
Fazendo surgir amores platônicos;
E sempre ouvindo os rugidos
Que são contra o nosso jeito
Que só vêem os miseráveis defeitos
Que lutam contra o vento
Que pensam que amar é apenas coisa de momento
Que pensam que sabem tudo, mas no fundo precisam aprender a sentir prazer
Isso não se aprende, no fundo eles sabem
Mas não deixam transcender
Se envergonham em o dizer
Mas a verdadeira vergonha é não o assumir
A medida merecida
Fora estes
Que já saíram do caso
Que foram esquecidos até pelo acaso .

dimanche 10 février 2008

Quanto amor desperdiçado
Quanto grito não dado
Quanta explosão abafada
Quanta estrada interditada
Quanta experiência sufocada
Quanto sentimento sem saída
Isso é dor, não é vida
Quanta guerra não declarada
Quanto motivo não demonstrado
Quanto ‘não’ no caminho
Quanta crueldade nesse ninho
Quanta pobreza na riqueza
Quanta ausência em um abrigo
Quanta presença em um mendigo
Quanta ferida em um coração
Quanta dor / arrependimento em uma prisão
Quanta revolta em um protesto
Quanta coisa aproveitável em um resto
Quanta ação sem compreensão
Quanta injustiça descarada
Quanta escada sem subida
Quanto caminho sem saída
Isso é dor, não é vida
E ainda consideram a tristeza anormal
O que ainda não descobriram é que ela é fundamental .
Previsões são dispensáveis
Pessoas são amáveis
Cadeados são abertos
Órgãos trocados
Lugares não [ necessariamente ] concretos
Segredos desvendados
Atitudes precipitadas
Ações arrependidas
Casas inundadas
Pessoas bem de vida
Mágoa no coração
Remedia a paixão
Uma paz que só há dentro
Uma coisa de momento
Um desejo travado
Um crime bem planejado
Uma vida perdida
Uma outra sendo feita
Uma vontade escondida
Um medo de ser aceito
Um sentimento descoberto
Uma repercussão exagerada
Uma estrutura sem um teto
Uma vida roubada
Um amor sem carinho
Um prédio sem uma base
Um passarinho sem um ninho
Tudo não se passa de conturbada fase .
Eu quero me matar
E não quero te ouvir
Me dê um tempo comigo
Quero desse corpo sair
E novas formas experimentar
Novos sentidos aguçar
O céu não é o limite para mim
Nem tudo tem um fim
Quero com a censura acabar
E com os malditos limites
Demonstrar que só servem para atraso de evolução
E quanto as intragáveis regras;
Que elas próprias se sigam
Até o cúmulo da paciência
Não suportarão nem a sua própria essência, no cume, não mais
Elas não irão agüentar; e a única resposta será o suicídio
Assim todos estaremos libertados
Do que nos impede de voar
Do que nos impede de aceitar as diferenças
Deixará de existir o abismo
Mas enquanto houver a ignorância
Essa realidade não se tornará possível
Enquanto as pessoas se temerem; nada disso estará acessível .
Nessas rimas eu me perco
Eu saio desse mundo
Me refugio no meu beco
Os papeis de palavras inundo
Causo enchente;
Acontece no meu coração a cada momento um acidente; todos diferentes
Mas causados por você
E pelas facadas que me dá com as palavras
E com os beijos que saem do mesmo lugar
Eu preciso me erguer
Mas com o beijo se desarma qualquer ser
É uma magia que paralisa o motivo de atacar, se defender
Quem é beijado só pensa em trocar, se render
Nesse momento nem há espaço para duvidar das intenções desse ser .
Quero mandar embora essa necessidade de dormir
Meu coração me sufoca
Eu não consigo mais sentir
As lágrimas começaram a escorrer
É o meu sangue tentando cicatrizar
A dor de te perder


É incrível como tudo transparece
É incrível como tudo não tem cor
Uma hora meu pensamento adormece
E diminui a freqüência da minha dor
O sono me persegue
Mas meus olhos não se fecham
Minha consciência acessa permanece
Não sei o que a aquece
Nesse momento de aflição
A solidão procura um lugar
Dentro de mim para se alojar
De nada mais eu sei
Nenhuma exatidão
Quanta dor no coração
Quanto vazio
Quanto espaço em branco
Quanto drama, quanto pranto .

mardi 5 février 2008

Simplesmente [ ? ] cansei .

Eu cansei . Eu cansei das tristezas sem fundamento, das noites de solidão sem saber o que fazer para suprir a necessidade de assassiná-la, das madrugadas sem fim em pleno tédio angustiante, cansei de não poder suprir necessidades tão minhas . Cansei de não poder fazer o que eu quero na hora em que eu quero . Cansei da escassez de liberdade . Cansei de sentir e não poder matar de uma vez a tal saudade, de sentir o gosto da felicidade e depois ter que me despedir . De sentir o vento no corpo, o gosto de um beijo, e lembrar que aquilo um dia não vai mais existir . Cansei de relembrar as infelicidades, as eternas saudades, os abraços não dados, os beijos não encorajados, o carinho extinto, os gritos não dados por falta de coragem, cansei da vontade de não arriscar .
Cansei da idéia de não aproveitar o máximo possível . Cansei de mim mesma . Cansei de viver, mas nunca caso de amar .

lundi 21 janvier 2008

Quanto mais eu vomito
Mais vontade eu tenho de vomitar
Ninguém sabe dos meus gritos
E nem da minha forma de os expressar

E se depender de mim
Ninguém nunca vai saber
O que acaba comigo
Nunca esquece de me dizer o mísero motivo
Da minha alma ainda não morrer

Cheguei a um ponto
Que já passei da explosão
Depois disso não encontro mais solução; e nem o meu coração
Que se perdeu com a multidão, que transcendeu
Com o que havia dentro de mim
Não sei mais o que sou [ se algo restou, eu já não sei mais ]
A multidão comigo acabou
Para sempre me aboliu
De tudo que um dia eu pensei que já existiu
Mas que na realidade, há muito tempo se extinguiu

Tudo pode acontecer
Não dá para prever
Nada por aqui
Eu não vejo e nem sinto nenhuma força me impedindo de cair .
O que eu vou dizer
É o que vai fazer você pensar
Eu não consigo mais me esconder
Como faço para te reconquistar ?

Quem é você e o que você faz
Eu não quero saber
Isso já não importa, não mais
Só desejo que fiquemos em paz

Não venha me dizer que errei
E nem julgue tal nobreza
Nunca foi príncipe; nem rei
Permaneça com a sua desprezível fraqueza

A cada verso colocado pra fora
É um pedaço de mim que se vai
Eu não me importo com a hora
A cada palavra expelida é uma gota que se cai

jeudi 3 janvier 2008

Um vôo impossível é o que eu quero ter
Voar até me cansar
Não me cansarei nunca
Não mais sofrer
Esquecer de tudo de ruim
Evitar o inevitável
Fugir para sempre do indesejado inalcançável
Acabar de uma vez por todas
Comigo e com isso
Os mais importantes são os especiais
São exceções
Seres surreais
Puros, lindos, sinceros demais ...
Deixam a vontade prevalecer
Por mais inconsequentes que pareçam ser
Esses são os inteligentes
Que não terão do que se arrepender
Pois de tudo já fizeram
Não hesitaram em se obedecer
Não esqueceram do que existe dentro
Por isso não deixaram de amar
Com atitudes indescritíveis, inexplicáveis
Pessoas extremamente admiráveis
Que possuem uma coragem
Que há de assustar os ignorantes leigos no assunto
E o assunto mais instigante que há; a vida
A matéria, o inexistente também
Tudo é tão fundamental
Nada é normal
Normalidades devem ser suspensas
Não dá para se encaixar em tal padrão
A única regra deveria ser ouvir o coração
Cada um tem o seu, desconhecido
Sempre sofrendo metamorfoses imediatas
Obedecendo ao inconsciente
Assim que nasce o inconsequente .
Apague a luz e vamos nos conhecer melhor
Deixe o sol sair
Agora o mundo gira ao nosso redor
Aqui ninguém vai me ouvir
O escuro chegou
Chegue mais perto
Não pense no errado nem no certo
Me diga o que você sente
Assuma o que se passa dentro de você
Tenho pensado muito ultimamente
O seu sentimento transparece, eu já posso ver .

Quando todas as nuvens se encontrarem
O céu vai se limpar
Aberto para o ar
Livre vai estar
E se um dia perecer
Deixaremos de viver

Em você outro alguém posso ver
Não está sendo mais o mesmo
Que sempre prometeu ser

Quero esquecer o passado
E permanecer por inteiro no presente
Por mais que eu tenha mudado
Lembro dele descontroladamente

O oculto existe, insiste em me derrubar
Não sei o porque de tanta vontade
De me estragar, comigo acabar
Não sei como acontece
E mal sei explicar
Um dia ele aparece
E aliviada vai me deixar .