jeudi 31 décembre 2009

"eu queria era dizer diferente aquilo que todo mundo sente mas não consegue expressar."

Pitty - Trapézio
eu não presto.

samedi 26 décembre 2009

19/12/09

Meu pranto e melancolia, depois de tanto tempo irradiam palpitações e transbordam novamente em mim, enquanto meu coração e minha mente pulsam latejantes incessantemente e incansavelmente. A vida é realmente uma ilusão que eu sempre me propus a suportar, mas agora o peso culminou numa escala de densidade suicida completamente letal e irreversível.
love over, love over this...

mercredi 23 décembre 2009

viver é [MUITO] melhor que sonhar.

mercredi 16 décembre 2009

Se eu queria enlouquecer, esse é o romance ideal.

lundi 14 décembre 2009

A música que me decifra completa e profundamente.


I want to live life, and never be cruel
And I want to live life, and be good to you
And I want to fly, and never come down
And live my life, and have friends around

We never change do we? No, no.
We never learn do we?

So I want to live in a wooden house
I want to live life, and always be true
And I want to live life, and be good to you
And I want to fly, and never come down
And live my life, and have friends around

We never change do we? No, no.
We never learn do we?

So I want to live in a wooden house
But making more friends would be easy
Oh and I don't have a soul to save,
Yes and I sin every single day.

We never change do we?
We never learn do we?

So I want to live in a wooden house
Making more friends would be easy
I want to live where the sun comes out.



(Coldplay - We never change)

dimanche 13 décembre 2009

Todo dia a insônia me convence que o céu faz tudo ficar infinito.

mardi 10 novembre 2009


I hope all my days
Will be lit by your face
I hope all the years
Will hold tight our promises

I don't wanna be old and sleep alone
An empty house is not a home
I don't wanna be old and feel afraid

And if I need anything at all

I need a place
That's hidden in the deep
Where lonely angels sing you to your sleep
The modern world is broken

I need a place
Where I can make my bed
A lover's lap where
I can lay my head
Cos now the room is spinning
The day's beginning

(Keane - Atlantic)

samedi 31 octobre 2009

prende o choro, prende a mágoa, prende o grito, prende a dor.
só não prende a capacidade.
morre mas não deixa de cumprir as obrigações.

eu era tão correta, tão sensata, tão centrada e certa do que queria e do jeito como agia.
hoje é tudo ao contrário.
eu permiti que as circunstâncias me virassem do avesso, esse foi o meu maior erro.
e eu não tenho mais forças pra reverter.

até mesmo o que eu queria ser já foi perdido. me perco fatalmente dentro de mim. quem mandou ser infinita e inconstante de maneira descontrolada?

I was scared, I was scared, tired and underprepared.
In my place, in my place
Were lines that I couldn't change...


(In my place - Coldplay)
Look at earth from outer space
Everyone must find a place
Give me time and give me space
Give me real, don't give me fake

Give me strength, reserve control
Give me heart and give me soul
Give love give us a kiss
Tell me your own politik

And open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes

Give me one, 'cause one is best
In confusion, confidence
Give me peace of mind and trust
Don't forget the rest of us
Give me strength,reserve control
Give me heart and give me soul
Wounds that heal and cracks that fix
Tell me your own politik

And open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Open up your eyes
Just open up your eyes

But give me love over, love over, love over this...
And give me love over, love over, love over this...


(Politik, Coldplay)

samedi 3 octobre 2009

eu só queria a certeza de um depois tranquilo, será que é pedir muito?
é agora ou nunca. vai ter que ser agora.

vendredi 25 septembre 2009

'Vocês são meus pais, não quero proprietários.'

mardi 1 septembre 2009

"Não conheço o que existe entre o 8 e o 80."

Mas eu juro que queria conhecer...pra doer menos.

mardi 25 août 2009

As pessoas me sufocam. Cobram de mim coisas que eu não consigo oferecer durante mais de uma fração do meu tempo. Eu sei que não é por mal, eu é que não tenho paciência mesmo. - Eu não abandono ninguém. Eu apenas abandono a mim mesma. Abandonar os outros é conseqüência.

Até desligada estou sujeita a interferências. Só a morte é o desligamento sem peso e sem culpa.




Eu quis traçar um fim desconhecendo meu meio e despedaçando o meu início.

samedi 15 août 2009

As extremidades são injetadas na minha mente.E a minha mente é tudo que eu sou. O resto não importa. Eu só vivo pelo que amo. O resto já não me importa. Eu só ainda respiro por pura coragem e valentia. Porque o resto eu já até desconheço.

mardi 11 août 2009

Enraizaste tuas raízes onde a extinção sobrepõe-se à vida.
Ainda tenho medo das ventanias barulhentas
Ainda tenho medo dos temporais intempestivos
Ainda temo a mim
Ainda temo a felicidade porque a desconheço, nada mais
Ainda temo a morte.
Ainda temo o poder das dores que não aprendi a controlar
Ainda temo a vida.
Temo os desafios que inevitavelmente serão enfrentados
Temo meu estado de espírito
Temo não conseguir, mas temo mais ainda não querer conseguir, ou não saber ao certo o que conseguir.
Temo não saber viver.
Temo não ser o suficiente para o bastante.
Temo nunca mudar.

lundi 27 juillet 2009

"Para ter sucesso neste mundo não basta ser estúpido, é preciso também ter boas maneiras."

"Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano."

"Feliz daquele que desfruta agradavelmente da sociedade! Mais feliz é quem não faz caso dela e a evita."

"A superstição põe o mundo em chamas, a filosofia apaga-as."

(Voltaire)

mercredi 1 juillet 2009



"Se você quer me seguir não é seguro


Você não quer me trancar num quarto escuro


Às vezes parece até que a gente deu um nó


Hoje eu quero sair só..."

vendredi 26 juin 2009

Entrega-te à tua fraqueza. Sê fiel a ela. Sê conformista com o que lhe foi dado.
Sê inteiro em tua fraqueza, e não ouse almejar o pingo de força.
Não ouse ser forte. Não tente ser forte. A força não existe. Não dentro de você.
A fraqueza ensina mais que a força, portanto alia-se a ela. Entrega-te a ela.
Sê fiel. Sê fiel consigo.
Sê fiel à essência que exala a cada pensamento.
Vou começar uma revolução. Contra mim mesma, e a favor da minha pessoa. Isso ao mesmo tempo, um tanto contraditório. Mas minha pior inimiga sou eu mesma. Eu sou uma parte minha que desconheço. Pior: às vezes me engano pensando que conheço. E isso me ilude. Sou uma incógnita que só faz se esconder e se reduzir com o cair do tempo, com o escorrer da vida. E às vezes o meu tom sério é pura ironia. E às vezes eu, inteira, sou ironia. Sou engano: não sou. Sou tudo; não sou nada. Não sou tudo, sou nada. Pra ser sincera, isso de não saber quem eu sou nunca me agoniou como agora. E eu não sei exatamente o porquê, mas preciso me decifrar. E enquanto não conseguir isso, corro o grave risco de sucumbir à procura de uma infinita busca que eu desconheço o final. Não sei ao menos se há final... Não sei ao menos se há resposta.
Não sei do que sou capaz.
Quanto mais me conheço e me descubro, mais sinto e vejo que eu sou tão extensa quanto um oceano. Quanto mais me enxergo, mais o horizonte se expande. Quanto mais entro em mim mesma para me explorar, mais possibilidades surgem e mais ampla me sinto. Creio que sou um ser infinito. Infinito de idéias, prazeres, sentimentos, descobrimentos, instantes. E principalmente o que me torna infinita é a insaciável sede de definir o indefinível, descrever o indescritível e traduzir o que até então foi mantido segredo.
É que tudo sentido é magia. E a minha prioridade aqui é decifra-la descrevendo-a.
Mas sempre tendo plena consciência de que, para escrever, antes é preciso haver o gozo, o prazer, a vontade realizada – ou não. Talvez.
"...quando você não tem o amor, ainda tem as estradas."

vendredi 19 juin 2009

Quando eu percebo que meus devaneios interceptaram minha única forma saudável encontrada para levar a vida da maneira menos drástica possível, eu realmente não sei mais o que fazer.
As vezes sinto que minhas crenças são de um valor equivalente ao lixo – minto: o lixo é ao menos reciclável... – tudo que eu creio conhecer através da minha própria percepção de mundo – ah, adquiri finalmente a minha própria concepção, algo de fato só meu – transgrediu, evaporou, se liquefez e escapou fúnebre pelo ralo da mais profunda dor.
Peço que a tristeza me possua de uma só vez ao invés de me submeter aos surtos repentinos e nada maleáveis que me atravessam de modo semelhante ao que uma faca adentra um coração. A única diferença é que não sinto o impacto no coração, e sim na alma, o que é obviamente pior e mais angustiante...Porque não se tem dor suficiente para morrer; é apenas uma dor insuportável com a qual o convívio é inevitável, e sem prazo para terminar, o que me faz acreditar no infinito – maneira mais infeliz (e descrente) de crer no infinito...


“Muitos temores nascem do cansaço e da solidão.”

vendredi 12 juin 2009

And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how

Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

mardi 2 juin 2009

Quanto mais vivo mais me aproximo da morte. Quanto mais sinto mais me aproximo da vida. Quanto mais me pergunto mais respostas incompreensíveis eu encontro.
Quanto mais respostas encontro mais eu me pergunto. Quanto mais eu sofro mais eu me esgoto. Quanto mais eu me entrego ao meu pranto mais escorre meus resquícios de vitalidade. E o mais incrível de tudo: quanto mais eu tento me adaptar ao meu meio, minha rotina e as pessoas, mais me vejo longe do que quero ser, do que preciso ser. Deve ter alguma coisa errada. As coisas não se encaixam mais como antes. Há milhares de peças misturadas na minha cabeça, como um quebra-cabeça infinito, e elas estão todas fora do lugar, encaixadas temporariamente, até no futuro em que eu cometer mais enganos e posiciona-las todas erradas de novo, com a sensação enganosa de que tudo deu certo. Mas nunca dá certo. Até hoje não deu certo, e as tentativas não foram poucas. A cada tentativa eu perco uma parcela significativa da vontade de viver e continuar.
Minha vida é marcada por desníveis, devaneios, inconstâncias.
Porque é sempre tão difícil agüentar tudo? Porque é sempre tão difícil me suportar?
As correntes que me sufocam estão a cada dia mais rígidas.
As certezas que me socorrem estão cada vez mais nubladas.
As sombras que me incomodam estão cada vez mais próximas.
As coisas que me matam estão a cada segundo mais latejantes...
Os receios limitantes estão a cada pensamento mais influentes...
Os meus medos estão a cada respirar mais sádicos...
O meu eu a cada fração de sentimento nesse mundo hipócrita perde um pedaço de si.



Nada que eu falo precisa fazer sentido. Nada que eu faço precisa fazer sentido.
Porque a vida em si já não faz o menor sentido.
A vida é insuportável, intragável e eu desaprendi a digeri-la.
Quero ser quem eu até agora não fui capaz de ser
Quero traduzir minha essência simplesmente sendo
Quero transbordar meu pranto
Não em lágrimas, mas em espetáculos
Estonteantes.

Quero aprender outra língua
Para me expressar de todas as formas possíveis
E impossíveis.
Quero me desfazer do meu juízo
E repensar seu valor
E com isso recria-lo
Mas molda-lo no meu tempo atual.

Pela primeira vez
Preciso largar algumas metas
No meio do caminho
Para não esquecer de viver
E para lembrar do curto prazo
Que tenho para vencer definitivamente
Meus anseios.

Que eu sou
Que eu era
Que eu serei
Minha alma me abandonou
Em uma dimensão de esfera
Tácita, implícita, escondida dentro de si
E assim morrerei.
Morrerei plena do desgosto de viver.

vendredi 15 mai 2009

E agora, o que eu sou?
Consequência de vontades e desejos. Me tornei uma fábrica de dores e aprendi a guardar amores sem sofrer. Me cansei de lutar, já não suporto mais viver.

Nunca permiti que a vida escorresse sem a minha autorização, mas agora perdi o respeito.

Será que as melhores coisas são os esboços da perfeição?
De repente tenho tanto a dizer, descrever, definir, narrar, dramatizar.
Mas a brisa que toca minha alma com inspiração fugiu pela janela ou pela porta do meu talvez "descaso" atual.

Esse é o início ou o fim da guerra que há dentro de mim?

I lost myself

Vivo a procura de alguma satisfação, de algo concreto e irremediável, indestrutível, inabalável, algo tão forte quanto a estabilidade em si.
Vivo a eterna procura da definição exata para absolutamente tudo - ou para absolutamente nada.
Ultimamente o abstrato tem me influenciado, e o pior dessa situação é a minha incapacidade de enxergá-lo. Sei que existe, porque sinto. Mas não vejo nada. Será isso a loucura? [...]
E o que me mata com mais intensidade não é a presença da angústia, da frustração, da tristeza ou da insatisfação - o que me mata de verdade, de modo eficaz, sou eu perante minha incapacidade de me expressar e de definir e relatar todos os meus medos, minhas angústias, minhas tristezas, insatisfações e frustrações.
Esrevo para espantar os fantasmas que vagam por meus pensamentos. Vagam tão incisivos, e dominantes e controlam todo tipo de sentimento que eu possa vir a ter no instante seguinte ou durante ou depois.
Porque eu ainda não aprendi a pensar sem influências, a sentir sem circunstâncias - a troco de nada, e a amar acima de tudo e todos. [...] E em cada ilusão eu enxergo a possibilidade de recomeçar. E em cada recomeço o clico se inicia alucinante e incandescente até onde me permitem acreditar. Se eu entendesse tudo que se passa comigo, não estaria aqui agora nessa agonia de querer definir o desfecho das peças que insistem em não se encaixar na minha cabeça.

31/10/07

Acorde.
Tem um mundo lhe chamando
Você não pode ficar aí só sonhando
Aceite um sorrir
Aceite um conhecer
Aceite um se apaixonar
Um dia irá partir
Um dia irá perecer
Um dia irá
Para nunca mais voltar.

vendredi 27 mars 2009

Em um corpo
Algum corpo, talvez
Houvesse uma infinitude consciente e exata
Do âmago perdido no instante em que faz-se o nascimento
Quem foi que disse que já não nascemos sabendo?


Em uma alma
Alguma alma, talvez
A importância merecida jamais foi capaz
De se revelar na forma devida
Jamais adquiriu sua paz
Quando se manteve calada
Quando obteve receio e manteve-se escondida.

Em um sentimento
Algum sentimento, talvez
Resultasse das cinzas de momentos corrosivos

Se tornasse lembrança clara daquilo que foi arrancado sem o menor pudor
Fosse palavras escorridas nos corredores da vida
Fosse resultado de instantes delicados
Tais que geram tamanho torpor
Que devem ser sempre tratados
Com devida atenção, com necessitado amor.

Em um coração
Algum coração, talvez
Houvesse jorrando muita escuridão
Houvesse clamando por correspondência
Quem sabe em alguma alma, quem sabe em algum sentimento
Não haja a cura para o trauma do coração?
Porque quando as coisas se permitem mútuas
Nenhuma barreira destrói a essência.
Mas quem sou eu para dizer
O que deveria ou não haver
Dentro de um coração?
Se o meu próprio
É súbita imensidão traduzida e esparramada em pranto.
É que esse desejo incontrolável de descrever cada essência, cada instante, cada sentimento ainda não identificado me domina completamente.
É chama que insiste em queimar caso não seja libertada, caso não consiga espaço para se estender.
O meu maior desejo é ser capaz de distinguir momentos, dando a eles características próprias.
Preciso ter consciência de tudo que sinto, ao menos pensando. Nem sempre as palavras são necessidades natas. Certas vezes apenas necessito saber que há algo mais do que simples matéria. Há vida, há magia. Há indiscrição.
Há muito mais além da opacidade. Há algo além do material e imaterial.
Há algo além, muito além de nós.
E se não chegamos nem ao menos perto de reconhecer quem somos, o além disso, pelo menos no agora, está tão distante quanto a sobriedade está distante da loucura.
E a loucura é dádiva, que nem todos merecem. A loucura só é merecida por quem sabe desfrutá-la de forma devida. A loucura é única, é raridade, escassez, profunda.
A loucura é a maneira mais leve de se viver. É o jeito mais sincero de ser. É a forma mais graciosa de se movimentar. A loucura justifica os desejos mais latejantes e borbulhantes, as vontades mais urgentes e sufocantes. Se é assim, sou louca a todo momento. Mas não sei até quando a loucura vai me cobrir, me justificar.
Será que alguma coisa ainda resta
Alguma gota, algum pingo que talvez pudesse ser
A conseqüência dessa festa
Que os homens fazem do mundo
Tanta bebida
Tanta comida
Tanto prazer
Tanta satisfação
Não valeu a pena, garanto que não
Pois se em tudo isso
A humanidade não conseguiu se redimir
Não vai ser agora, no fim de tudo
Que conseguirão partir em paz.
Em todo lugar tem guerra
Em todo lugar tem ódio
Será possível que ninguém mais enxerga
Que a solução nunca foi gerar mais desordem?

Pelos céus, por deus, por qualquer crença que seja
Ninguém respeita mais nada
Então, de que adianta se curvar diante de maiores poderes
Freqüentar purgatórios, igrejas
Se nem os próprios poderes são reconhecidos?
Não faz sentido, não faz o menor sentido.
Viver assim, nessa inércia infinita
Ficar desse jeito, acreditar em outros
Mas não crer em si próprio
Que mundo é esse?
De tantas vantagens, tantos interesses
Que o interesse principal que devia ser buscado por todos
Evapora num movimentar de ondas
Evapora numa oportunidade insensata
De fazer do planeta, de fazer do abrigo
Um motivo de desistência, uma justificativa para os indesejados gritos.
Fraca. Fraca. Fraca! – pulsa e sussurra na minha mente a voz dentro de mim. Será eu parte dessa realidade?
Ou será engano tudo que ouço emergido de dentro de mim?
Não posso negar a verdade das coisas, não posso negar a verdade de mim. Mas a verdade é edificada por quem? Eu queria ser capaz de criar minha própria verdade.

Não sou forte o suficiente, é isso.
Não consigo me manter bem nem satisfeita por muito tempo, nunca consegui.

Eu que tanto julgo o ruir do mundo, estou assistindo de camarote o ruir de mim.

Minha alma tece pensamentos que latejam incessantemente e incansavelmente no mais profundo do que eu sou. E é aí que eu chego ao meu profundo, só o desespero me leva até lá. E é aí que eu chego perto de me conhecer, de saber o que me preenche de verdade.
Ora, parece tão óbvio que o que me preenche de verdade é a minha pessoa.
Mas em certos momentos descreio totalmente desse óbvio tão exato.
É que simplesmente não existe nenhuma resposta correta tão fácil, tão prática de ser pensada, de ser encontrada. Então acredito que nada seja tão óbvio quanto parece.
Eu não queria estar sentindo isso que nem ao menos sei identificar, só suspeito do que possa ser. E do que eu ando suspeitado, não quero mesmo que seja. Quero fugir disso. Há tempos venho querendo me refugiar do mundo, mas agora eu preciso disso mais do que nunca. E preciso encontrar a saída dentro de mim – e também a entrada para ter acesso a essa saída. [...] Isso não pode acontecer. É proibido, é crime, é contra a lei, é contra tudo. É impossível. Portanto, eu vou parar de sentir isso. Há dias tenho vivido isso e fingido que tal coisa que tanto me incomoda não existe...pelo menos colocar um pouco de sinceridade para fora me melhora um pouco, alivia. E é exatamente isso que eu preciso agora: alívio, e um pouco de paz. Quero tranqüilidade, relaxamento.
Não tenho escrito ultimamente, mas é porque não quero esforçar minha mente para possibilidades que podem me machucar se forem descobertas aqui dentro. É que dentro daqui há tanta coisa ruim que pode me corroer... e me destruir aos poucos.
Eu não estava agüentando, então agora vou evitar esse desespero – esse meu desespero que já me venceu tantas vezes e que é tão resistente.
É como se fosse uma lembrança constante de um relógio dentro da minha mente, que a cada segundo faz questão de me lembrar do que pode estar crescendo aqui.
Tento não pensar, mas isso me cerca de maneira que nem meus olhos enxergam algum horizonte alternativo para tudo isso.
Daqui a pouco não vou nem ao menos saber o que move o meu coração. Antes ele estava vazio, e estava bem assim. Mas agora, depois de preenchido, vai ser difícil precisar arrancar de vez tudo que cisma em vagar nele e alimenta-lo a cada dia mais.
Talvez eu esteja enlouquecendo. Mas todos são loucos, mesmo. E isso até agora têm me consolado. Na verdade não sei de nada no momento.
Me encontro mais incerta do que o vôo de uma borboleta – elas sempre tão rápidas, imprevisíveis, devastadoras, se expandem com sutileza.
É mentira, eu não me encontro. Não me encontro nunca. Quando foi que me encontrei? E se eu me encontrar, o que acontece? Acho que só na morte talvez eu me encontre. Só sei que pela vida toda tenho me seguido louca e decididamente.

vendredi 9 janvier 2009

I need to be myself
I can't be no one else
I'm feeling supersonic
Give me gin and tonic
You can have it all but how much do you want it?
You make me laugh

You need to find out
'Cause no one's gonna tell you what I'm on about
You need to find a way for what you want to say
But before tomorrow
Estou aqui na tentativa
De parir um poema
Pode ser da minha inspiração já estar falida
Pode ser o hoje da minha mente
O que ontem se ausenta.

Estou tentando
A fim de descrever
Esse mundo, essas estrelas
Estou casando paisagens
Que vontade de acender
O que ainda resta nesse meu ser.

Em meio a pinceladas de ilusão
Talvez ainda haja respeito
Perdido nessa imensidão
Nesse medo de ser aceito
Nesse receio de arriscar
O que nos resta
É mergulhar em mares desconhecidos.
Nos mares aqui de dentro
Ultimamente o que me ocorre
São correntes de inspiração
E certas dores que paralisam minhas pernas
E as impedem de andar
Em meio ao infinito
Que é o horizonte
Em meio ao azul envolvente
Que é o mar.
Borbulhando inspiração.

Que vontade de repetir as doses
Que hoje é o que me impedem de cair
Que vontade de voltar no tempo
De repetir os acordes
Da canção composta de momentos tão serenos
Ao mesmo tempo tão intensos.
E puros, e lindos, e seguros.
Que saudade urgente.
Que a cada lágrima faz questão de me lembrar
Da ausência que até hoje está em mim a sangrar.

Que vontade de viver mais mil vezes os momentos
Que eu nunca hei de esquecer.

A vida que surpreende é a mesma que arranca a felicidade numa fração tão acelerada de tempo que as vezes nem resta consciência para ser capaz de dar conta de acordar.
A vida que vive é a mesma que mata.
A vida que doa é a mesma que tira.
A vida que chora é a mesma que sorri.
A vida que sangra é a mesma que estanca.
A vida que é cruel é a mesma que ilude.
É que às vezes é preciso extrair o máximo de prazer da vida.
É necessário, apenas.


A vida não é agora. Deixa pra depois – mesmo sabendo que o depois é incerto.
Não adianta sonhar, alimentar ilusões. Não adianta ser feliz porque não vale a pena viver mentiras. Não adianta fingir porque a alma sente o que realmente acontece. Não adianta se esconder, fugir, tecer realidades inexistentes e improváveis.
Viver é loucura. Morrer é a saída – ou não. Quem sabe?
Quem souber, me diga, por favor.
Porque isso tudo aqui têm sido só torpor...
Convulsões na minha alma ocorrem a cada momento
A cada segundo nessa tortura que é a vida
A cada sentimento que surge me surpreendendo
E eu não me conheço, eu não me conheço...
E quanto mais tento aprofundar meus conhecimentos sobre mim mesma
Mais longe da minha verdade eu fico
E quanto mais a minha mente eu tento arejar
Mais o fluxo dos sentimentos aumenta
E tudo borbulha ao mesmo tempo
E eu não tenho poder nenhum nesses momentos
Algo me domina, sem dó
Algo toma conta de mim, algo mais forte que eu
Eu perco o controle. Perco o controle que nunca tive.
É tão fácil se acostumar à vida e ser conformista. É tão mais simples fingir que não há mistério, que nada do que os sábios dizem é sério. Tão simples viver sem sentir. A frieza não dói.

Meu coração pulsa latejante, e eu não entendo o seu porquê.
Porque bate, o que procura, o que lhe falta, o que lhe machuca, o que ele clama.
As futuras batidas são tão inevitáveis, e acho que isso talvez o incomode.
As batidas sôfregas, doentes, lentas, rápidas, descompassadas. Desaprenderam o ritmo da vida. Desaprenderam o ritmo do fluxo do sangue, do fluxo das horas, das lágrimas. Tantas horas, lágrimas e sangue escorrido...Ele acabou se perdendo nesse vulcão de acontecimentos ao seu redor, ou no seu interior.
Eu não sei de que sou feita. Saber de quem nasci, para mim não significa nada.
As vezes me sinto apenas tristeza. Sou a senhora tristeza em pessoa.
Mas também sou mistura de insatisfação, angústia, melancolia... estou numa ilha e certos sentimentos me cercam. E não há saída. Por isso minhas atitudes são justificáveis, e sinceramente, se não fossem, eu não me preocuparia em perder tempo tentando me explicar.
Se existe alguém a quem devo me explicar, essa pessoa sou eu mesma.
E mesmo assim, nem isso consigo fazer, nem disso sou capaz.
As vezes sinto-me humana, acima de tudo. E isso me faz ser altamente sensível. Talvez eu seja humana demais. Humana em excesso. Mas tudo comigo é assim: ou em excesso constante e freqüente ou muito forte e altamente passageiro.

Minhas crises existenciais andam me matando. E já não dói mais. A vida já não me dói mais. Espero que a morte não seja cruel – não tanto quanto a vida já foi pra mim um dia.
Preciso confessar: sou uma fraude. Portanto, não se aproximem, não se envolvam, não gostem, não amem, não se apaixonem por mim. Permaneçam longe, para seus próprios bens.
Se eu traio a mim mesma – muitas vezes sem nem sentir – como serei fiel a alguém assim? Viver como eu realmente quero, tem sido algo inviável. E como me sinto diante disso? Ah, é muita dor, muita angústia e tristeza acoplada na alma. Estou ficando doente, talvez. Falta-me a vontade, depois desta tantas vezes ser sufocada e engolida sem antes ao menos ser ouvida.

É um mundo injusto, é um mundo habitado por seres hostis.
E como se isso já não bastasse, vivo em constante guerra com valores meus, com pensamentos, com tormentos que não param de me rodear e estão me enlouquecendo.
Meu deus, estou altamente surpreendida ao me deparar com questões nunca antes vistas por mim. Eu não me permitia ir tão longe, mas o horizonte clama por atenção, e não vou ignora-lo.

É incrível como eu não quero e como eu me recuso a ser fantoche na mão de meus pais. Mas acontece que isso é um fato [que as vezes sinto que de nada posso fazer, nada posso modificar]. Porque nessa “relação” o poder não cabe a mim, não pertence a mim. E por mais que eu me esquive e tente ignorar tal poder, é como uma força invisível, mas que sempre age sobre mim. Eu me assusto porque o que vejo no momento é que quanto mais tento me libertar, mais sou puxada para o lugar inicial em que eu estava – e estar ali, naquele lugar, tanto me incomodava. Por isso o desejo incessante pela mudança. A mudança que nunca fui capaz de dirigir. A mudança que fazia pouco caso do meu caso, que não se importava.
É como uma corrente...que quanto mais longe consigo ficar do centro – e esse centro me permite ir pra bem longe dele – até a hora em que sou puxada de volta com toda força, e toda agressividade, é como um choque que não cria reflexos no corpo, mas na alma. Não é bobagem eu querer me expressar. Aliás, não só quero como sinto necessidade. Se fosse só uma vontade qualquer, talvez eu nem estaria fazendo o que estou fazendo agora. A necessidade é mais forte que a vontade, pois a necessidade clama, implora por devida atenção. A necessidade é urgente. Já a vontade, - por vezes – nem tanto.
Enfim...não estou aqui para definir a inspiração. Para expressar o que pretendo não preciso de inspiração, e sim das lembranças que estão armazenadas aqui.
Essas lembranças que se saírem de mim levam consigo um pedaço vital da minha consciência. Portanto, não posso muda-las, preciso me acostumar com elas.Estou arrepiada, não sei o porquê. Talvez eu nunca tenha chegado tão próxima do meu desejo de exprimir e excretar coisas tão infernais que vagam e freqüentam com certo desgosto uns lugares aqui no meu peito, ou na minha mente, não sei ao certo.
Somos a espécie que possui maior diversidade. Somos a mais ampla, a mais extensa espécie que há. Não é fascinante? Somos tão frequentes e ao mesmo tempo raros. Somos escassos e constantes. A vida pode não ser imortal, mas é um privilégio infinito. Faz-se altamente delicada, inexata, inconseqüente e ingenuamente. Tão inocente... E repentinamente torna-se perigosa e hostil, traiçoeira. Não se pode confiar. Não se pode confiar na própria vida: ela trai sem nem sentir o “erro”.
Às vezes tão sensível que é capaz de deduzir e decifrar ventos, gostos e sensações de maneira sutil e satisfatória. Às vezes tão insensível que é incapaz de sentir seu fim. A vida é realmente incrível. Vive em contradição infinita consigo mesma. Pode ser eterna enquanto se perpetua. E pode nunca ter existido: dá-se perfeitamente para possuir uma vida e jamais usá-la de fato. É um mistério que para ser desvendado talvez seja necessário viver inúmeras vezes e mesmo assim, nunca é garantia a certeza do íntimo desse mistério. Ele é visivelmente abstrato e invisivelmente concreto.
Uma afinidade apenas? Não basta. Nem milhares e infinitas bastam se a sintonia não se torna presente.