vendredi 27 mars 2009

Em um corpo
Algum corpo, talvez
Houvesse uma infinitude consciente e exata
Do âmago perdido no instante em que faz-se o nascimento
Quem foi que disse que já não nascemos sabendo?


Em uma alma
Alguma alma, talvez
A importância merecida jamais foi capaz
De se revelar na forma devida
Jamais adquiriu sua paz
Quando se manteve calada
Quando obteve receio e manteve-se escondida.

Em um sentimento
Algum sentimento, talvez
Resultasse das cinzas de momentos corrosivos

Se tornasse lembrança clara daquilo que foi arrancado sem o menor pudor
Fosse palavras escorridas nos corredores da vida
Fosse resultado de instantes delicados
Tais que geram tamanho torpor
Que devem ser sempre tratados
Com devida atenção, com necessitado amor.

Em um coração
Algum coração, talvez
Houvesse jorrando muita escuridão
Houvesse clamando por correspondência
Quem sabe em alguma alma, quem sabe em algum sentimento
Não haja a cura para o trauma do coração?
Porque quando as coisas se permitem mútuas
Nenhuma barreira destrói a essência.
Mas quem sou eu para dizer
O que deveria ou não haver
Dentro de um coração?
Se o meu próprio
É súbita imensidão traduzida e esparramada em pranto.

1 commentaire:

Galeto a dit…

emocionante demais! *-*
fiquei tocado dessa vez *O*