vendredi 19 juin 2009

Quando eu percebo que meus devaneios interceptaram minha única forma saudável encontrada para levar a vida da maneira menos drástica possível, eu realmente não sei mais o que fazer.
As vezes sinto que minhas crenças são de um valor equivalente ao lixo – minto: o lixo é ao menos reciclável... – tudo que eu creio conhecer através da minha própria percepção de mundo – ah, adquiri finalmente a minha própria concepção, algo de fato só meu – transgrediu, evaporou, se liquefez e escapou fúnebre pelo ralo da mais profunda dor.
Peço que a tristeza me possua de uma só vez ao invés de me submeter aos surtos repentinos e nada maleáveis que me atravessam de modo semelhante ao que uma faca adentra um coração. A única diferença é que não sinto o impacto no coração, e sim na alma, o que é obviamente pior e mais angustiante...Porque não se tem dor suficiente para morrer; é apenas uma dor insuportável com a qual o convívio é inevitável, e sem prazo para terminar, o que me faz acreditar no infinito – maneira mais infeliz (e descrente) de crer no infinito...


“Muitos temores nascem do cansaço e da solidão.”

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