Meu deus, estou altamente surpreendida ao me deparar com questões nunca antes vistas por mim. Eu não me permitia ir tão longe, mas o horizonte clama por atenção, e não vou ignora-lo.
É incrível como eu não quero e como eu me recuso a ser fantoche na mão de meus pais. Mas acontece que isso é um fato [que as vezes sinto que de nada posso fazer, nada posso modificar]. Porque nessa “relação” o poder não cabe a mim, não pertence a mim. E por mais que eu me esquive e tente ignorar tal poder, é como uma força invisível, mas que sempre age sobre mim. Eu me assusto porque o que vejo no momento é que quanto mais tento me libertar, mais sou puxada para o lugar inicial em que eu estava – e estar ali, naquele lugar, tanto me incomodava. Por isso o desejo incessante pela mudança. A mudança que nunca fui capaz de dirigir. A mudança que fazia pouco caso do meu caso, que não se importava.
É como uma corrente...que quanto mais longe consigo ficar do centro – e esse centro me permite ir pra bem longe dele – até a hora em que sou puxada de volta com toda força, e toda agressividade, é como um choque que não cria reflexos no corpo, mas na alma. Não é bobagem eu querer me expressar. Aliás, não só quero como sinto necessidade. Se fosse só uma vontade qualquer, talvez eu nem estaria fazendo o que estou fazendo agora. A necessidade é mais forte que a vontade, pois a necessidade clama, implora por devida atenção. A necessidade é urgente. Já a vontade, - por vezes – nem tanto.
Enfim...não estou aqui para definir a inspiração. Para expressar o que pretendo não preciso de inspiração, e sim das lembranças que estão armazenadas aqui.
Essas lembranças que se saírem de mim levam consigo um pedaço vital da minha consciência. Portanto, não posso muda-las, preciso me acostumar com elas.Estou arrepiada, não sei o porquê. Talvez eu nunca tenha chegado tão próxima do meu desejo de exprimir e excretar coisas tão infernais que vagam e freqüentam com certo desgosto uns lugares aqui no meu peito, ou na minha mente, não sei ao certo.
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