lundi 24 novembre 2008

Não sei de nada; de nada eu sei.
Quanto mais descubro
Mais enxergo além do que cavei
E quanto mais enxugo as lágrimas
Mais as lágrimas insistem em cair
Essa tristeza sombria, sádica
Insiste em me derrubar, aos poucos vou sucumbir

Não vejo nada; nada vejo.
De repente sou só vácuo e desejo
Desejo não preenchido
Vazio pleno de vontades
É que aqui dentro algo lateja
Talvez aqui dentro há uma teia
Criada por mim, sentida pela alma
Quando a dor permite se despir
O coração se acalma.

Não penso nada; nada penso.
Não posso mais continuar.
É o fim que chegou para me abortar
Dessa vida que me faz sôfrega a cada instante
Em cada momento me sinto fraca
Impotente em meio a esse mundo
A esse mundo que dilacera a gente.
Que sufoca sem dó.

Você não vê, meu amor?
Não enxergas que o descomeço se aproxima
Que isso aqui é a nossa sina
Que sofrer é necessário
Que amar é prova, é teste.
E aversão é sentimento amargo
Para machucar os fracos
Para acabar com os vestígios dos pedaços que ainda restam.


E a poesia das coisas - nas coisas, nas pessoas.
É o que ainda salva esse mundo
Esse prazer em ver a humanidade sofrer
É doença, é atraso de evolução.
Esse sadismo doentio
Só serve para demonstrar
Só prova
O que precisamos, apenas

É amor.

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