jeudi 27 mai 2010

Eu queria de verdade que tudo fosse diferente, mas isso custa um preço que talvez nem minha alma pague. Porque ser quem eu sou envolve muitos fatores além do simples fato de viver naturalmente e fazer as coisas de forma espontânea. Não só custa absurdamente caro, creio que não tenha preço. O sofrimento é mais inevitável quando me permito viver da forma que cabe aos meus "instintos", às minhas vontades...hoje tudo que é bom tem um gosto de trauma. As coisas que me lembram prazer, logo depois me remetem a traumas...e dói. Se eu não era problemática por completo, agora eu sou. E não vou crucificar culpados, porque só vivi o que busquei viver, por mais que tenho sido impossível para o meu eu não ter vivido aquilo que me era tão urgente. Era óbvio que no final eu estaria debilitada, depois de tantas lutas internas e externas, de tantas reivindicações ignoradas, de tantas revoltas incompreendidas, argumentos desprezados...minha ideologia faliu.
Agora eu sangro e não encontro refúgio para estancar o que arde para depois retomar as lutas onde só quem tem a perder sou eu - e o ciclo se [re]inicia. Existe violência pior que a mental, a psicológica?
Existe violência pior que a repressão? Morrer é tão mais confortável.

dimanche 2 mai 2010

"Beta, não espera, meu amor
O açúcar no fundo ressaca
Bebe logo de golada esse suco
[De carne azeda]
Não demora, não pare pra conversa fiada
Quem paga lá já foi, agora
Não há mais nem garçom
É de bom tom que agradeça
Ou aí dentro, ou cá, lá, fora
De qualquer cabeça
Não esqueça,
Não esqueça,
Não esqueça...

Que se a noite parece não ter fim
Tuas flores reproduzem no jardim
Dentro de uma redoma de vidro
E gelo seco...

Jasmim...
Teu cheiro inocula logo em mim
Uma vontade de viver mais um dia
Só mais um dia...
Só mais um dia...
Só mais um dia."

( D.C., 21-10-07)


o que eu posso dizer hoje?
saudade. puta saudade.
(L)

vendredi 30 avril 2010

A pergunta acerca da origem dos valores morais é, por isso, uma pergunta de primeira ordem para mim - porque ela condiciona o futuro da humanidade. A exigência de que a gente deva acreditar, de que no fundo tudo se encontra nas melhores mãos, de que um livro, a Bíblia, concede a tranquilização definitiva no que diz respeito à sabedoria divina na condução do destino da humanidade, é, retraduzida na realidade, a vontade de não deixar surgir a verdade sobre a lamentável antítese disso tudo, ou seja, o fato de que a humanidade até hoje esteve nas piores mãos, de que ela foi regida pelos malogrados, pelos vingativos-astutos, pelos assim chamados "santos", esses caluniadores do mundo e violadores do homem. O sinal decisivo no qual se revela que o sacerdote (-inclusive os sacerdotes mascarados, os filósofos-) tornou-se o senhor absoluto de tudo e não apenas de uma determinada comunidade religiosa, de que a moral da décadence, a vontade para o fim, vale como moral em si, é o valor incondicional atribuído em todo o lugar àquilo que é altruísta, e a hostilidade àquilo que é egoísta. Quem está em desacordo comigo acerca desse ponto, esse eu considero infectado...Mas o mundo inteiro está em desacordo comigo...[...] Mas o sacerdote quer justamente a degeneração do todo, da humanidade: por isso ele conserva o degenerado - e a esse preço ele a domina... Que sentido têm aqueles conceitos mentirosos, os conceitos auxiliares da moral, da "alma", do "espírito", do "livre-arbítrio", de "Deus", se não o de arruinar fisiologicamente a humanidade?...Quando se desvia a seriedade da autoconservação, da fortificação do corpo, quer dizer, da vida, quando se faz da anemia um ideal, quando se constrói "a salvação da alma" sobre o desprezo ao corpo, o que é isso se não uma receita para a décadence? - A perda do equilíbrio, a resistência contra os instintos naturais, em uma palavra, a "ausência-de-si" - tudo isso foi chamado de moral até agora...



(F. Nietzsche, Ecce Homo)

lundi 19 avril 2010

Oh I forget everything I learn

samedi 17 avril 2010

01h39

O que me faz feliz hoje? - eu me pergunto.

E pensar ao mesmo tempo em que há uma ausência de idealizações me soa como um “pensar limitado”. Mas idealização remete a um “anti-evolucionismo” porque traz consigo a idéia do futuro que nunca chegará, então todo o presente é anulado pelo pensamento enganoso de um suposto futuro sempre superior à condição atual.

Será possível pensar sem origens? Criar sem referências? Prosseguir sem antecedentes?

A sensação de felicidade talvez não exista sem aquele querer-mais, sem o gosto do implícito que virá amanhã ou depois...sem a noção de futuro – futuro esse pra sempre vai ser inalcançável.

Há uma necessidade de impossibilidades por tudo onde o ser individual transita, e é isso que move o mundo – caso contrário a perfeição reinaria e a evolução culminaria no avesso de si própria. O ciclo assim se fará. Ou não.

lundi 12 avril 2010

Dá-me paciência, ó Deus do tempo

vendredi 2 avril 2010

De que valem lágrimas escorridas
Onde a compreensão faz-se ausente?
De que vale a insistência por flexibilidade
Onde o entendimento é inexistente?

A minha alma encontra-se carente de vontade
Meus órgãos vitais vão sofrendo metástases
A origem de tudo é o que transita pela mente
A destruição, agora é quase inconsciente

[A vaga idéia inata do amanhã me repugna]
A estampada idéia do hoje me cega
A idéia do ontem me enjoa

Para onde ir?

jeudi 1 avril 2010

31/03/2010

Minha vida parece até "Efeito Borboleta": um pequeno deslize me faz perder o controle e me fode de maneira drástica e irreversível. E pensar nisso é infinitamente torturante. Mas agora que diferença faz? É o último ano, nada mais me mata, no máximo abala. Nada dói mais como antes. Os erros que eu reproduzo criam cascas de concreto na minha mente, me impedindo de recometê-los. Quanto mais eu erro, mais forte e consciente eu fico, e mais esperança eu perco. Até que ponto vale a pena?

mercredi 24 mars 2010

"Que o tempo esteja a meu favor; que ele realmente alivie a minha dor."


De repente
Tento salvar um poema já falido
Tentativa infeliz
De ressuscitar um corpo caído
Só porque a minha raiz é aqui.


vendredi 29 janvier 2010

Eu mudei tanto, mas tanto...minha escrita enferrujou-se. Enferrujou-se assim como a minha inspiração e aquela antiga necessidade de expelir as dores e divergências tão íntimas através de palavras, ou até mesmo de gritos e choros repentinos.
Eu mudei dentro de um intervalo de tempo aparentemente longo e amplo, mas pra mim parece que foi ontem. Enxergo tão claramente o que eu era, e é tão brusca a diferença entre isso e o que eu me propus a ser agora, e vivo sendo nesse exato momento e nos últimos e próximos.
Hoje vejo em muitas pessoas o que fui ontem. Hoje vejo minha angústia tão abominável em mentes e corpos alheios – e é desconfortável e incoerente não sabê-los confortar.
Medo de ter me tornado o que até ontem me repelia completamente. Medo de ter me tornado uma conformada covarde devido às dores que já cansei de sentir. Medo de nunca mais sentir o que eu sentia antes quando escrevia tão facilmente e sutilmente.
Medo dessa fase ser apenas...um mero engano. Medo de todos os meus medos serem realidade. De repente uma nostalgia chegou a mil por hora e se apossou de mim.